Parafraseando Caetano Veloso (“Alegria, Alegria”), “num sol de quase dezembro” saí a perambular pelas ruas quase vazias de Três Lagoas (MS), na manhã deste domingo.
A velha estação de trem, a igrejinha (imortalizada na música de Tião Carreiro & Pardinho “Pretinho Aleijado”), o relógio da praça…tudo parece igual. Só que não. Como mudaste, Três Lagoas!
E pra melhor: pra onde quer que se olhe, é evidente os sinais de um progresso vertiginoso. Nem parece a cidade pacata, meio sonolenta, que deixei há 32 anos…!
Lembro, ali pelo fim dos anos 1980, quando saía da capital (Campo Grande) pra vir namorar na cidade. Vinha sacolejando a noite toda, nos velhos trens da antiga E.F. Noroeste do Brasil. Como bom moço, era recebido pela namorada, a bela Helô, e seus pais, Fiorenzo e Juracy Sorrentino, ainda de madrugada, na estação. “Nada era longe, tudo tão bom…” (“Nos Bailes da Vida” – Milton Nascimento).
Lembro que, nessa mesma época, era assessor do governo de Mato Grosso do Sul e tinha como tarefa divulgar as potencialidades do Estado – aí incluso o então chamado “maciço florestal” da região Leste. Só agora, muitos anos depois, é que todo o potencial econômico desta região se consolidou.
Um belo dia, no começo de 1990, passando em frente a única banca de jornais da cidade, vi uma manchete, em letras garrafais: “Concurso para a Sefaz/MT”. O salário era muito, mas muito maior de qualquer outro que já tinha auferido. Pensei: “É nessa que eu vou!”. E fui…
Mudei de vida, de profissão, descasei, casei novamente, as filhas cresceram…bem, não foi só Três Lagoas que mudou. Eu também – e (tomara) pra melhor…!
Agora, de volta onde essa história começou, alguns amigos me dizem: “volte novamente”. E eu lhes direi, no entanto – agora lembrando um verso de Belchior na belíssima canção “Divina Comédia Humana”: quem sabe, um dia…?