Além da discriminação e preconceito, as pessoas com deficiências físicas sofrem ainda com a falta de acessibilidade. As dificuldades de mobilidade e de acesso em ambiente público é uma das principais reclamações do Conselho da Pessoa com Deficiência de Três Lagoas.
Helen Cristina Pereira Roman é integramente deste conselho, e disse que, infelizmente, em Três Lagoas, as pessoas com deficiência sofrem muito devido a falta de acessibilidade nas vias e órgãos públicos, inclusive em escolas. “Para chegarmos ao centro, a uma agência bancária, a um posto de saúde, é a maior dificuldade. Temos que enfrentar o trânsito e disputar espaço com os carros”, desabafou.
Além da falta de mobilidade nas vias públicas, Helen contou que os deficientes encontram dificuldades para ter acesso aos prédios públicos, e privados também, como comércio- devido à falta de rampas de acesso, entre outras barreiras. Em alguns prédios até existem as rampas, mas em alguns casos, não são adequadas, sem contar que, tem o problema do desnível no asfalto, o que dificulta o cadeirante conseguir se locomover sozinho. “Sempre tem que ter alguém para ajudar a empurrar a cadeira, se se tem ajuda, não existe acessibilidade. Além de rampas mal planejadas, tem ainda lugares que contam com escadas, tem os degraus”, comentou.
A dificuldade de locomoção nas ruas de Três Lagoas, segundo Helen, tem feito com que muitas pessoas desistam de participar do projeto “Esporte Adaptado” que funciona na quadra poliesportiva da Lagoa Maior. “O projeto existe há três anos, mas devido à dificuldade de locomoção pelas ruas para chegar até a lagoa, tem feito com que muitas pessoas desistam de participar. Infelizmente muitos ficam trancados em casa por falta de acessibilidade”, revelou.
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Outra reclamação é com relação à ocupação das vagas de veículos destinados aos deficientes, mas que, infelizmente, são ocupadas por pessoas sem nenhuma dificuldade de locomoção. “Falta um pouco mais de conscientização por parte de algumas pessoas. Às vezes até não estacionam na vaga, mas colocam o carro colado na vaga, que não dá nem para a gente sair ou entrar no veículo. Têm pessoas que precisam olhar o mundo a sua volta, e saber que tem outros que necessitam daquele espaço”, relatou.
PREFEITURA
Segundo o secretário de Infraestrutura da Prefeitura de Três Lagoas, Antônio Rialino, é pertinente e justa a reclamação dos integrantes do Conselho. Disse que há alguns anos, a prefeitura contratou uma empresa para construir e fazer as adequações em rampas no centro da cidade, bem como em prédios.
Informou que estaria verificando essa situação, bem como se o contrato com a empresa ainda está em vigência para que as adequações nessas rampas e na pavimentação possam ser executadas. “Caso o prazo já tenha encerrado, a própria secretaria tomará as providências necessárias para garantir essa acessibilidade, que está prevista em lei”, adiantou.
