A reportagem do programa "Pulseira de Prata" e JPNews conseguiu, na manhã deste sábado (8), o primeiro contato com o delegado titular da 1ª Delegacia de Polícia Civil de Três Lagoas, Messias Pires, após a ocorrência de um caso registrado como agressão, denunciado pelo advogado Ruvonei Otero, no dia anterior.
Messias Pires deu sua versão sobre o caso da suposta agressão que teria sido cometida por ele em uma sala da delegacia. Uma foto do advogado Ruvonei Otero, ferido e com o rosto ensanguentado circulou em grupos de aplicativo de celular com áudios em que o advogado declarava que teria sido agredido pelo policial.
Ruvonei gravou áudios. GRAVAÇÃO 1 – GRAVAÇÃO 2
À reportagem, o delegado contou que foi até o Detran (Departamento de Trânsito) de Três Lagoas resolver assuntos relacionados a documentação de um veículo. Ruvonei já estaria no prédio. “Ele estava resolvendo sobre a documentação de um veículo apreendido e, logo quando entrei, ouvi ele [o advogado] gritar com uma funcionária do Detran, de que não precisava chamar 'delegado nenhum pra ele…', também de que não tinha medo de nada, etc. Depois, começou a me desacatar, falando várias palavras para me ofender”, afirmou Messias Pires.
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Caso começou com apreensão de van
Ainda na entrevista, o delegado disse que Ruvonei Otero começou a gravar a discussão com um celular, sem interromper o desacato. “Ele levantou o celular e veio contra mim. Foi quando eu disse pra se afastar porque não estava ali não por causa dele. Mas, ele insistia em proferir palavras (…) na tentativa de ferir a minha conduta profissional”, declarou.
Messias Pires disse também que várias pessoas que estavam no local antes de sua chegada haviam presenciado o "descontrole" do advogado com as funcionárias do Detran. “Como ele estava bastante alterado e já tinha me desacatado por várias vezes, eu dei voz de prisão a ele. Quando fui pegar as algemas – porque ele começou a resistir à prisão, e os policiais iam algema-lo – ele continuou resistindo, se jogou contra a parede, se auto-lesionou e começou a dizer que fui eu quem o agrediu”.
O delegado afirma que não cometeu lesão corporal contra o advogado.
Ruvonei foi levado preso até ao 1º DP e o caso registrado pelo delegado Rodrigo Speracin como resistência à prisão, desacato e desobediência. Não foi arbitrada fiança e o advogado permanece preso em uma das celas da Depac (Delegacia de Atendimento Comunitário).
OAB
O presidente da OAB em Três Lagoas, Antonio Corcioli, disse que a Ordem dos Advogados do Brasil vai acompanhar o caso e que esperava a decretação do pagamento de fiança. Não descartou entrar com pedido de habeas corpus para pedir à Justiça a libertação de Ruvonei. (Colaborou Valdecir Cremon/JPNews)
*Reportagem alterada às 11h34 (MS) para inclusão de gravações.