Com o aumento do índice da dengue em Três Lagoas, surge uma preocupação maior e pouco conhecida, a doença pode desencadear graves complicações neurológicas. O sorotipo 2, o mais comum no munícipio, é um dos principais causadores dessas sequelas, segundo especialistas.
Os sintomas clássicos da dengue, como dores de cabeça, dores nas articulações, manchas na pele, falta de apetite, cansaço, vômitos, náuseas e febre alta, são bem conhecidos. No entanto, alguns casos podem evoluir para formas mais graves da doença, geralmente entre quatro a cinco dias após a infecção, quando o sistema imunológico reage de forma expressiva ao vírus.
Se não tratada, a dengue pode levar à morte, mas também pode deixar sequelas graves. O neurologista Eduardo Abib explica que o vírus ataca o sistema nervoso e pode chegar até o cérebro, prejudicando diversas funções. “As principais sequelas neurológicas causadas podem ser relacionadas a deficiência motora, como dificuldade ao mexer o braço ou perna, além de cognitiva, intelectual, dificuldade visual ou na fala.”
Estudos da Universidade Federal do Rio de Janeiro indicam que entre 1 a 5% das infecções por dengue podem resultar em sequelas neurológicas, principalmente quando causadas pelos sorotipos 2 e 3, os mais comuns no estado de Mato Grosso do Sul.
O vírus da dengue tem a capacidade de se infiltrar nas células e se reproduzir, uma habilidade conhecida como tropismo. A inflamação dos vasos cerebrais também facilita o desenvolvimento de sequelas neurológicas por esses agentes infecciosos.
Algumas lesões causadas pela ação desses micro-organismos podem não deixar sequelas, enquanto outras evoluem para doenças graves, como acidente vascular cerebral (AVC), encefalite, meningite e síndrome de Guillain-Barré, uma condição autoimune. Também é comum que pessoas infectadas apresentem confusão mental, alterações na percepção, convulsões e até mesmo coma.
A principal forma de combater o mosquito Aedes aegypti, o principal transmissor do vírus da dengue, é mantendo os ambientes limpos e evitando o acúmulo de água parada. A vacina contra a doença já está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, e também pode ser encontrada na rede privada de saúde, sendo recomendada para pessoas entre 4 e 60 anos de idade.
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