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Dengue voltou com tudo', diz gerente técnica da Secretaria Estadual de Saúde

Levantamento soma 13 mortes e 60% dos municípios de Mato Grosso do Sul estão com alta incidência de dengue

Levantamento soma 13 mortes e 60% dos municípios de Mato Grosso do Sul  estão com alta incidência de dengue - Divulgação
Levantamento soma 13 mortes e 60% dos municípios de Mato Grosso do Sul estão com alta incidência de dengue - Divulgação

Os primeiros cinco meses do ano em Mato Grosso do Sul mostram um aumento de casos de dengue em comparação ao mesmo período de 2021. Dados do boletim epidemiológico da Secretaria Estadual de Saúde, divulgado na última quarta-feira (8), mostram que, em 2022, o Estado registrou 18.641 casos da doença, 84% a mais que no ano passado, quando MS teve 10.079. 

No ano passado, 14 pessoas perderam a vida por causa da dengue e nesse ano já foram 13 óbitos.

A gerente técnica das doenças endêmicas da SES, Jéssica Klener Nantes, disse que os cuidados com a prevenção da dengue foram deixados de lado e estamos diante de uma nova epidemia. De acordo com a gerente, a atenção da saúde pública e da população esteve voltada nos últimos meses prioritariamente para a pandemia da Covid-19, o que influenciou diretamente no aumento de casos da dengue. 

“Antes todos estavam voltados para a questão da pandemia e hoje olhamos ainda para essa situação, mas tem também a dengue, que voltou com tudo. A gente tem que se cuidar, procurar serviço de saúde caso tenha sintomas.”

O número de municípios com alta incidência subiu de 47 para 49 no Estado.

ERROS

Para o infectologista e pesquisador da Fiocruz Rivaldo Venâncio, a maioria das mortes por dengue pode ser evitada. Segundo ele, três erros  acabam sendo cometidos: as pessoas subestimarem a doença, o doente procurar a unidade de saúde e não receber atendimento, ou a gravidade dos sintomas do paciente não ser percebida pelos profissionais de saúde durante o atendimento. 

“O terceiro erro e talvez o mais comum deles é quando o doente e seus familiares têm noção da gravidade da doença, procuram uma unidade de saúde, são atendidos, mas a gravidade daquele quadro clínico não é percebida pelos profissionais. Tontura, vômito e dor abdominal intensa são sinais graves.”

Wolbachia

O projeto Wolbito em Campo Grande pode ser uma saída natural para controlar as transmissões do vírus causador da dengue, zika e chikungunya. A capital sul-mato-grossense foi uma das cinco cidades escolhidas no Brasil para participar do programa. A implantação já começou no município e está na quinta fase. A previsão é que seja concluído em 2023.

Na região sudeste do país, em Niterói (RJ), o método já foi totalmente implantado e lá os estudos iniciais da Fiocruz indicam uma redução de 70% nos casos de dengue, 60% nos de chikungunya e 40% para a zika.

Em Campo Grande, os estudos devem ser divulgados após a finalização da 6ª  fase, que vai abranger bairros da região oeste da cidade.