Professores e biólogos da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), em Três Lagoas, analisam um exemplar de peixe encontrado boiando no rio Paraná. Ele é da espécie Piau-banana, está no laboratório de Ictiologia da unidade federal e a expectativa é que a análise aponte algum indicativo que revele a mortandade de peixes no rio Sucuriú, entre os meses de janeiro e fevereiro. Mais de mil peixes morrem na região e todos são da mesma espécie.
No entanto, apenas dois meses depois, a Polícia Federal junto com a equipe de professores, com o apoio da Polícia Militar Ambiental (PMA), realizou uma varredura nos rios Sucuriú e Paraná, na quinta-feira (2), ocasião em que se deparou com o novo exemplar de peixe boiando. O monitoramento com agentes federais teria sido determinado pelo Instituto Nacional de Meio Ambiente (Ibama). “Na volta da nossa visita técnica, conseguimos encontrar o exemplar que estava boiando no rio e, agora, vamos proceder a análise macroscópica para identificar possível anomalia que o exemplar possa apresentar. Percebemos que a morte é recente e também da mesma espécie Piau-banana. Essa espécie tem uma alimentação especifica e pode ter consumido algo que foi depositado no rio e desencadeou a mortandade. Isso são apenas hipóteses”, considerou o professor.
As equipes percorreram trechos dos rios Sucuriú, Paraná e também da foz do rio Tietê, onde foram feitas análises da água. Nenhuma anomalia foi encontrada.
ENTENDA O CASO
A situação foi registrada no mês de janeiro e durante os quais dois meses a situação tem rendido muitas especulações sobre possibilidades, mas sem laudos oficiais revelando a causa que teria provocado a mortandade na região. Proprietários de ranchos se assustaram com o fato e dizem nunca terem visto algo parecido.
Entre as supostas causas, o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) apontou que pode estar ligada a procedimentos de hidrelétricas no rio Tietê no estado de São Paulo. Por meio de nota, o órgão estadual diz que essas ações podem ter gerado o acúmulo de macrófitas (algas aquáticas) no ponto de captação de água e contribuído para a falta de oxigenação, provocando a mortandade. A questão foi contestada e descartada pelos professores da UFMS.
OUTRO LADO
A equipe de reportagem entrou em contato com as assessorias dos órgãos envolvidos, mas desde o mês de janeiro nem o Ibama e o Imasul, deram retorno sobre a questão. A reportagem também entrou em contato com a Polícia Federal e não houve retorno.