A dona de casa Priscila Lopes dos Santos está usando as redes sociais para atrair moradores de Três Lagoas ao Hemosul da cidade. O propósito desta iniciativa visa alavancar o número de cadastros no banco de medula óssea e, com isso, elevar as chances de encontrar um doador compatível com o seu pai, o borracheiro Reinaldo Moraes de Paiva, que há dois anos luta contra um câncer na medula e o único recurso para mantê-lo vivo é o transplante.
A família explica que a esperança está depositada em um estranho. Já que nenhum parente é compatível e, por isso, vive uma corrida contra o tempo. “As maiores chances de compatibilidade são entre irmãos, mas infelizmente nenhum foi. Dos meus quatro filhos, nenhum também apresentou compatibilidade necessária. A margem de compatibilidade exigida é bem alta. Precisa ser próxima de 100% e meus filhos apresentaram uma margem de 50%. Neste caso, os médicos não aprovam o transplante já que o risco de rejeição é muito elevado”, explica Reinaldo.
A filha do paciente salienta que a única forma que pode colaborar nesta batalha é com a divulgação da história do pai. “Quanto mais pessoas verem minhas publicações, mais chances teremos de encontrar um doador. E, se ao final de tudo, essa pessoa não for compatível com o meu pai, pode ser compatível com outro paciente oncológico que esteja na mesma situação que dele”.
ENTENDA A ROTINA
O borracheiro convive há dois anos com um câncer na medula. No enfrentamento ele lida com uma rotina que limita e tenta prolongar a vida. Toda semana a filha, Priscila, o acompanha ao hospital para receber transfusão de plaquetas. “São sete bolsas de sangue todas terças-feiras. É uma tentativa de prolongar a vida dele. Por conta disso, ele não pode se lesionar porque é sempre perigoso iniciar uma hemorragia”, explica a filha.
Reinaldo não exerce mais a profissão e está tentando se aposentar. Sem condições para trabalhar, ele tem sobrevivido graças a doações de amigos e familiares.
UM EM 100 MIL
Achar um doador de medula óssea compatível é difícil: um em cada cem mil. “Por isso, quanto mais pessoas se colocarem à disposição, mais fácil fica e fazer isso é tranquilo. Precisa ir ao Hemosul para se cadastrar. Lá será feita uma pequena coleta do seu sangue, e se em algum momento for preciso, pessoa é chamada para doar a medula”, informa a assistente social do Hemosul, Jaqueline Rovari. E complementa explicando que “ninguém pode doar para um destinatário específico. O cadastro é nacional, vai para um banco de dados do Redome. O doador não conhece o paciente em nenhuma etapa do procedimento”.
Para se tornar um doador de medula ossea, o primeiro passo é se cadastrar no Hemosul, ter entre 18 e 35 anos, gozar de boa saúde e não apresentar doenças do tipo infecciosas ou hematológicas.