Celulares e drone interceptados por policiais penais na Penitenciária de Segurança Média de Três Lagoas foram doados para o Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS). Os equipamentos serão utilizados durante aulas práticas de tecnologia e robótica, auxiliando no processo de pesquisa, ensino e aprendizagem.
De acordo com a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), a doação foi por meio de parceria com o IFMS e conta com o apoio do Poder Judiciário e Ministério Público, com as devidas autorizações para as doações. As doações foram intermediadas pelo Instituto de Desenvolvimento Social, Econômico e Ambiental de Mato Grosso do Sul.
A entrega foi realizada na terça-feira (20), no Laboratório IF Maker do campus do IFMS, em Três Lagoas. Ao todo, foram doados 80 celulares apreendidos nos últimos anos com visitantes, arremessados pelo muro ou recolhidos durante vistorias pelos policiais penais nas celas.
Para o diretor da penitenciária, Raul Ramalho, ações como esta refletem em benefícios para a população com parcerias realizadas pela Agepen. “Esse trabalho em conjunto com o IFMS tem por objetivo transformar algo ilícito em auxílio à educação e conhecimento, visto que os aparelhos e o drone serão utilizados no processo de aprendizado na prática”, destacou.
De acordo com o diretor do IFMS em Três Lagoas, Walterísio Gonçalves Carneiro Júnior, os estudantes terão a oportunidade de aprimorar o conhecimento ao desmontar, encontrar problemas e soluções e, muitas vezes, recuperar o aparelho danificado. A intenção, segundo ele, é que os aparelhos celulares que forem consertados sejam doados a estudantes do campus, em vulnerabilidade social. “Esta doação é um presente de Natal e Ano Novo, pois os estudantes terão a grande oportunidade de colocar ‘a mão na massa’, nas aulas de dispositivos móveis em Eletrotécnica e Informática”, disse.
Transforme
O aproveitamento de celulares apreendidos também é realidade em Campo Grande, por meio do projeto “Transforme”, que visa a doação dos aparelhos a estudantes carentes. É realizado por meio de parceria entre a Agepen, Ministério Público Estadual, Poder Judiciário e Secretaria Municipal de Educação.
Também tramita na Câmara Federal um projeto de Lei que visa a destinação de celulares e aparelhos interceptados ou apreendidos em unidades prisionais do país a estudantes em vulnerabilidade social.