O trabalho de ressocialização de internos dos regimes semiaberto e aberto de Paranaíba promete ter um salto positivo este ano. As possíveis soluções para a reintegração de presos à sociedade foi um dos temas de uma audiência pública realizada no início desta semana na cidade e que reuniu, além do poder público e de representantes da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), empresários e integrantes da sociedade civil organizada do município.
Durante o encontro, realizado pela Vara Criminal e da Infância e Juventude de Paranaíba, o juiz titular Francisco Vieira Andrade Neto, revelou que, até o momento, 16 empresas já aderiram à iniciativa de contratarem mão-de-obra prisional e que, cada uma, deve empregar ao menos um interno em regime semiaberto ou aberto e que o número de interessadas deve aumentar. “A resposta dos empresários é excepciona e a impressão de sucesso da iniciativa é totalmente positiva”, comentou. “Talvez seja o início, uma semente plantada, para que possamos alcançar conquistas para Paranaíba nos temas ressocialização de presos e segurança pública”, frisou.
O juiz ressaltou que o apoio dos empresários e da sociedade de uma forma geral, gerando oportunidade de reintegração de presos no mercado, irá refletir positivamente na segurança pública, trazendo, assim, benefícios para toda a comunidade. “No momento em que o preso tem possibilidade de ser reintegrado, tendo trabalho, oportunidade e condições de contribuir para o sustento de sua família, ele também tem dignidade para se sustentar e não terá necessidade de agredir a sociedade”, disse.
As colocações do magistrado foram endossadas pelo diretor-presidente da Agepen, Deusdete Oliveira, que apresentou dados que comprovam os benefícios do projeto. Segundo ele, entre os internos que têm a oportunidade de trabalhar, o índice de reincidência gira em tordo de 5%, enquanto os que não têm reincidem em 80%. “Isso demonstra que nós precisamos dar a eles condições de sobrevivência, e, diante disso a Agepen também procura qualificar o interno não só os dos regimes semiaberto e aberto, mas também quando ainda estão no regime fechado, para que o mercado possa absorvê-lo”, ressaltou.
Convênio com a Prefeitura
O prefeito de Paranaíba, José Garcia de Freitas (Zé Braquiara), que também participou da audiência pública, disse que o trabalho de reintegração do preso é muito importante e, por isso, a Prefeitura pretende fazer um convênio com a Agepen para a contratação de cerca de 20 presos para a realização de trabalhos da Administração Municipal.
O diretor-presidente da Agepen, Deusdete Oliveira, classificou como singular a iniciativa do Poder judiciário de Paranaíba e o apoio da Prefeitura e da Câmara Municipal.