O Hospital Auxiliadora de Três Lagoas participará na terça-feira (19), do Movimento Nacional de Paralisação dos Hospitais Filantrópicos em busca de sustentabilidade financeira. Como forma de protesto, os atendimentos eletivos estarão suspensos. “Vamos paralisar as atividades eletivas do Hospital, particular e convênio, como um protesto nacional e iremos atender apenas urgência e emergência. Esse é um movimento Nacional da Federação das Santas Casas e iremos fazer um ato simbólico com o Hospital, que com toda a luta das irmãs e dos colaboradores estamos há mais de cem anos prestando atendimento à população de Três Lagoas e região”, disse o diretor administrativo do Hospital Auxiliadora e conselheiro da Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB), Marco Antônio Calderón.
Os atendimentos eletivos que estavam agendados para o dia 19, serão reprogramados para outras datas, apenas urgência e emergência serão atendidas neste dia. A paralisação nacional é um movimento pela sobrevivência dos hospitais filantrópicos.
Segundo Calderón, o intuito é sustentar financeiramente os atendimentos. Os valores repassados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo com o diretor, está defasado há anos.
DADOS
Dados de 2021, de acordo com relatório do DataSus, o Hospital Auxiliadora tem 163 leitos, com registro de 673 internações mensais, 509 cirurgias por mês, 1.329 sessões de hemodiálise, 38.679 procedimentos ambulatoriais, 4.783 atendimentos de Urgência e Emergência. Em sua totalidade, o hospital que tem 997 colaboradores, atende hoje 86.70% pacientes do SUS.
Segundo a direção da unidade, o endividamento do Hospital Auxiliadora está em torno de R$ 10 milhões.
FEDERAL
O aporte de R$ 2 bilhões emergenciais para os hospitais filantrópicos, anunciado pelo governo federal, em maio do ano passado, segundo o diretor, não se concretizou. Além da defasagem nos repasses do SUS, outra preocupação dos hospitais, é um projeto de lei que tramita na Câmara Federal, com votação prevista para os próximos dias, que institui o piso salarial da enfermagem. O impacto da proposta para os hospitais filantrópicos que prestam serviços ao SUS é estimado em R$ 6,3 bilhões, porém, no texto, não é indicado nenhuma alternativa de financiamento para arcar com os custos.