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Saúde

Em Três Lagoas, 20 pacientes aguardam há 3 anos por cirurgia bariátrica

Central de Regulação atendeu mais de 1,2 mil pessoas com problemas de obesidade somente em 2015 em Três Lagoas

Dona de casa começou a engordar aos 20 anos de idade e chegou a pesar 135 quilos em 2013 - Danielle Leduc/JP
Dona de casa começou a engordar aos 20 anos de idade e chegou a pesar 135 quilos em 2013 - Danielle Leduc/JP

Pelo menos 20 pessoas aguardam para fazer cirurgia de redução de estômago por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), em Três Lagoas. Muitas delas já estão há três anos na fila de espera e buscam pelo agendamento do procedimento cirúrgico, que é realizado em dois hospitais de Campo Grande. Todos os pacientes foram diagnosticados com obesidade mórbida e enfrentam problemas de saúde. 

É a situação da dona de casa Edna Ribeiro Brasilino, que tem 37 anos e pesa 128 quilos. Ela conta que sofre com dores na coluna, nos joelhos, e que por conta disso não consegue trabalhar. “Não posso arrumar um emprego. Não aguento ficar muito tempo em pé e nem pegar peso. Tenho que deitar muitas vezes para parar a dor”, disse, ao reclamar da demora para conseguir a cirurgia.

Edna conta que chegou a pesar 135 quilos e conseguiu emagrecer fazendo dieta durante três anos. Ela começou a engordar aos 20 anos de idade, quando pesava 70 quilos, e passou por problemas familiares, como a perda de um filho recém-nascido. “De lá para cá a situação foi piorando. Comecei a engordar e não consegui controlar mais”, frisou. A cirurgia de redução de estômago custa em média, na cidade, R$ 21 mil, e a dona de casa alega que não tem condições financeiras para pagar o procedimento.  

MULHERES
A maioria dos pacientes das cirurgias bariátricas é do sexo feminino e a faixa de idade com mais operações realizadas é entre 35 e 50 anos, Somente no ano passado, mais de 1,2 mil pessoas foram atendidas pela Central de Regulação, em Três Lagoas, com problemas relacionados à obesidade. 

A coordenadora Rosalba Nascimento explica que a cirurgia é recomendada como último recurso, após o paciente passar por avaliação clínica e acompanhamento médico por dois anos.
“Nesse período, o paciente é submetido a uma dieta e, se os resultados não forem positivos, a cirurgia é recomendada e é por isso que demora tanto”, pontua.