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Desafio

Em Três Lagoas, oito crianças estão na fila aguardando para serem adotadas

Muitas crianças continuam em abrigo porque o perfil delas não são compatíveis como o desejado pela família adotiva

Muitas crianças continuam em abrigo porque o perfil delas não são compatíveis como o desejado pela família adotiva - Divulgação
Muitas crianças continuam em abrigo porque o perfil delas não são compatíveis como o desejado pela família adotiva - Divulgação

É comum escutarmos uma mulher falar que sonha em ser mãe desde criança, mas e quando o sonho é ser uma mãe adotiva? Sirlei Leão, tem 36 anos, é analista financeira e tem o desejo de adotar desde pequena. O sonho só aumentou com o passar dos anos. 

Quando conheceu seu marido,  com quem está casada há 6 anos, os dois tinham o mesmo objetivo: ter filhos. Um biológico e um adotado, mas por conta de diagnósticos médicos a possibilidade de uma criança por via biológica foi impedida. 

Nesse momento, eles mergulharam no desejo da adoção. Foram ao Poder Judiciário de Três Lagoas e começaram o processo, que durou um ano e meio, por conta da pandemia. Participaram de reuniões, cursos, e estão na lista de espera desde outubro do ano passado. 

Sirlei reforça ainda a importância do Grupo de Apoio à Adoção Ato de Amor, o Graata. Eles realizam o processo de educação e preparação das famílias para receber a novas crianças, que muitas vezes, passaram por traumas até serem preparadas para adoção. 

“Nós temos que respeitar a história, as marcas, e aos poucos, ir tratando essas feridas, até que a criança confie, se sinta à vontade e se sinta amada, para que entenda que nós somos a nova família. Ela foi amada e esperada”, destaca Sirlei sobre respeitar o tempo de adaptação da criança.

Além disso, ela ressalta a importância de quebrar mitos e preconceitos sobre o tema. Independente se a criança chegou de forma biológica ou adotiva, é um filho. “Nós sabemos que com o tempo, amadurecimento, fortalecimento desse vínculo e confiança, nós seremos uma família, como qualquer outra.”, destaca.

ADOÇÃO 

Segundo Dados do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, atualmente em Três Lagoas, são cinco família habilitadas e oito crianças para adoção. Isso acontece por que é difícil encontrar uma criança que tenha o perfil que atenda o procurado pela família.

O secretário do Graata, Mauro Henrique Soares, explica que o objetivo é aumentar o número de famílias habilitadas que possuam um perfil mais amplo na busca pelas crianças, para que assim, seja mais fácil encontrar compatibilidade com aquelas que estão em situação de acolhimento na região. 

O Graata busca facilitar o processo de adoção para as famílias e evitar a devolução das crianças, que ainda é uma realidade. O retorno das crianças para o abrigo, devido à falta de adaptação com a nova família, pode gerar novos traumas, prejudicando ainda mais o seu futuro.

Para ser apto ao processo de adoção, é necessário passar por algumas ações administrativas. O primeiro passo é procurar o Poder Judiciário de Três Lagoas, a equipe técnica está pronta para fornecer a listagem de documentações necessárias e indicar o Grupo de Apoio à Adoção Ato de Amor, o Graata. É preciso participar de pelo menos três reuniões do Grupo, além de um curso preparatório de 5 módulos e um processo psicossocial, apenas após o cumprimento dessas etapas, que estará apto para entrar na fila de espera de adoção.