Veículos de Comunicação

Três Lagoas

Empresários vão bloquear rodovia na divisa com o Estado de São Paulo

Bloqueio começará às 6h, nas proximidades da Usina de Jupiá

No final do ano passado, empresários da cidade bloquearam a BR-158 - Arquivo/ JP
No final do ano passado, empresários da cidade bloquearam a BR-158 - Arquivo/ JP

Está prevista para a próxima segunda feira, uma manifestação pacífica na BR 262, divisa de Três Lagoas com o Estado de São Paulo, onde empresários locais pretendem bloquear a rodovia para despertar a atenção da opinião pública e das autoridades quanto a conduta da Petrobras, que está se omitindo quanto ao pagamento de mais de R$ 20 milhões em dívidas contraídas pelo Consórcio UFN 3, por ela contratado, para executar a construção da Fábrica de  Fertilizantes Nitrogenados .

A decisão de bloquear a rodovia na divisa com o Estado de São Paulo foi tomada durante reunião realizada na última quarta-feira, em Três Lagoas, entre os fornecedores e a Associação Comercial. O posicionamento foi reforçado após reunião realizada na última quinta-feira, 15, em Campo Grande, entre empresários, entidades representativas do setor como a Federação das Associações Comerciais do Mato Grosso do Sul, com o governador Reinaldo Azambuja, que contou também com a participação da prefeita, Márcia Moura, do presidente da Associação Comercial local, Atílio D’Agosto e do deputado estadual Eduardo Rocha.

O bloqueio da rodovia começará às 6h, nas proximidades da Usina de Jupiá, onde o trânsito será interrompido. A intenção dos empresários é mostrar para a comunidade que o não pagamento da dívida do Consórcio UFN 3 tem causado efeitos nocivos e os prejuízos para a suas empresas, bem como à economia local e do próprio  Estado.  “O governador Reinaldo Azambuja nos deu total apoio diante da grave situação que enfrentamos, já que os grandes danos econômicos não atingem apenas Três Lagoas, mas o Estado todo. Ele assegurou intervir junto à presidente da Petrobrás, Graça Foster, para buscar uma solução efetiva”, destacou o presidente da Federação das Associações Empresariais de MS, Alfredo Zamlutti.

Todo o crescimento econômico que Três Lagoas registrou nos últimos anos, segundo o presidente da FAEMS, foi desestabilizado pela dívida milionária da empresa com o setor empresarial do município. “A geração de empregos caiu, o comércio parou e a população está sentindo o impacto da dívida diretamente”, ponderou.

Atílio reforçou que essa situação tem prejudicado o comércio, e que muitas empresas da cidade devem recorrer a processo de recuperação judicial ou decretar a própria  falência. “Esse empreendimento da Petrobrás é de suma importância para o país, já que a expectativa de produção de insumos para a agricultura  deverá proporcionar uma  autonomia em 70% do Brasil na produção destes insumos. Mas, o tamanho da dívida está quebrando o setor empresarial do município”, disse o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Três Lagoas.

Conforme Atílio, a decisão tomada pelos empresários em bloquear a rodovia,  deve-se a falta de resposta por parte da Petrobras durante reunião realizada na última terça-feira, juntamente com a Sinopec, empresa que integrava o Consórcio. Ambas alegaram que não dispõem de dinheiro para pagar a dívida com os fornecedores, quando sequer deram   previsão para quitar o débito.

Segundo o empresário Jair Panucci, proprietário de uma fábrica de concreto afetada pela dívida, a falta de pagamento tem causado grandes prejuízos para muitas empresas, as quais tiveram que demitir funcionários, sem contar o impactou negativamente que tem causado no comércio.