Não é novidade que Três Lagoas é uma das cidades que mais cresce em Mato Grosso do Sul. A partir do desenvolvimento industrial do município, mais precisamente de 2007 para cá, com a chegada da primeira fábrica de celulose e papel, a cidade passou a receber um número maior de pessoas residentes. Conforme a contagem da população realizada em 2007, o município tinha 85.914 habitantes. Em seis anos, verificou-se um aumento de 23.719 habitantes em Três Lagoas. Atualmente, a cidade conta com 109.633 habitantes, ficando atrás de Campo Grande e Dourados.
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Para o presidente do Comitê de Desenvolvimento Sustentável, Milton Gomes Silveira, não existe estrutura pública suficiente para acompanhar o “boom” de desenvolvimento e crescimento da cidade nos últimos anos. De acordo com ele, todos os setores tiveram que duplicar a capacidade de atendimento.O poder público,segundo declaração do presidente do comitê, infelizmentenão dispõe de recursos suficientes para investir e atender todas as demandas existentes no município.
Por esse motivo, Silveira disse que existe a colaboração das empresas que se instalaram em Três Lagoas na realização de diversas ações sociais em várias áreas do município, as quais, juntas, investiram aproximadamente R$ 50 milhões em vários setores de Três Lagoas e nas cidades da região.
Há oito anos, Três Lagoas tinha apenas 20% de ruas pavimentas. De lá, para cá, foi que pavimentou-se 60% das vias urbanas da cidade. Os impactos, no entanto, atingiram setores da educação, saúde e trânsito, entre outros. Silveira ressaltou que, se não fosse às parcerias com as empresas que investem em diversas ações no município, Três Lagoas estaria bem mais carente em outras áreas.
O Comitê de Desenvolvimento Sustentável foi criado justamente para discutir com as indústrias que se instalam na cidade,a necessidade delas investirem no município, dando como contrapartida aos benefícios fiscais concedidos, uma contribuição direta ao município, desenvolvendo, inclusive, açõesmitigatórias para amenizar os impactos ambientais causados pela atividade industrial.
“Três Lagoas não é mais aquela cidade calma como aquela onde a gente vivia num passado não muito distante. Hoje, a cidade tem uma movimentação muito maior que tira a tranquilidade da população”, salientou.
De acordo com o presidente do comitê, as empresas que se instalaram no município, têm sido parceiras da cidade na realização de ações sociais para melhorar a qualidade de vida da população.
As únicas obrigações que as grandes indústrias têm, segundo Silveira, é a destinação de recursos compensatórios, os quais conforme a legislação federaldevem ser aplicados, exclusivamente, em áreas de preservação permanente. A empresa que solicita financiamento do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), também é obrigada, por lei a destinar um valor para investir em ações sociais. “Os demais investimentos ocorreram devido ao comprometimento destas empresas com o município”, ressaltou.
Milton Gomes Silveira explicou que é solicitado às empresas recursos financeiros para o desenvolvimento de ações mitigatórias que começam a ser executadas desde o início da construção, até a operação do empreendimento fabril. A Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN III), por exemplo, definiu com a municipalidade um pacote de ações mitigatórias, no valor de R$ 8 milhões. Só para ter uma ideia, o sistema de monitoramento que a Polícia Militar vai implantar na cidade está orçado em R$ 1,5 milhão e será custeado pela Petrobras á titulo de contribuição mitigatória em consequência da construção de sua fábrica de fertilizantes no município.
Esse pacote de ações da UFN 3, de acordo com Milton, foi definido após reuniões com os representantes do Comitê de Desenvolvimento Sustentável. A ampliação do quartel do Corpo de Bombeiros, em andamento, no valor de R$ 959 mil, também é outra contribuição da Petrobras. A Eldorado Brasil, por exemplo, embora tenha concluído a instalação de sua fábrica, ainda investe em algumas ações no município. O Centro de Educação Infantil em fase de construção nas proximidades do Residencial Novo Oeste, no valor de mais de R$ 2 milhões, conta com recursos da fábricade celulose que, conforme consta no Estudo de impacto ambiental, investiria R$ 20 milhões em ações sociais no município.
O presidente do comitê informou que são várias as ações e investimentos, na saúde, com a construção de postos de saúde, aquisição de ambulâncias, entre outros, bem como na área da segurança pública na compra de viaturas, entre outros equipamentos, assim como na educação, na construção de Centros de Educação Infantil, que já foram e estão sendo realizados pelas empresas.
A Eldorado Brasil, por exemplo, já anunciou que vai investir novamente mais de R$ 20 milhões em ações sociais no período de ampliação da fábrica de celulose em Três Lagoas e nos municípios impactados. O Comitê de Desenvolvimento Sustentável, por exemplo, já iniciou as discussões com a Fibra e Internacional Paper, que também serão ampliadas.
