Escorpiões amarelos, um dos mais perigosos, estão invadindo residências do bairro Jardim dos Ipês e região. O caso mais recente foi de um morador do bairro Nova Três Lagoas, vizinho ao Jardim dos Ipês, que encontrou nada menos que cinco desses aracnídeos no seu quintal. Conforme o morador, Ricardo Martins da Silva, nesta semana, ele estava brincando com o filho de apenas 11 meses quando encontrou os escorpiões.
Ele e a esposa Maiara Mamedi mudaram-se para Três Lagoas em janeiro deste ano, e desde então, moram na mesma residência. Essa foi a primeira vez que o casal encontrou escorpiões na casa. Porém, em entrevista à equipe de reportagem da TV Concórdia, a moradora explica que a quantidade de insetos e animais peçonhentos, como baratas e lacraias retiradas da casa com frequência, é grande. “Estamos muito preocupados. Não se trata apenas de um escorpião, mas de cinco. Nosso filho, desde ontem [quinta-feira] não sai mais do nosso colo, porque não sabemos se há mais desses bichos pela casa. Eles são pequenos, quase imperceptíveis e podem estar em qualquer lugar”.
A preocupação da mãe tem motivo. Segundo sites especializados, o escorpião amarelo é um dos mais venenosos da América do Sul e, em caso de picada, pode levar a óbito, principalmente se a vítima for idoso ou criança.
Os moradores apontam como uma das causas para o aparecimento desses animais peçonhentos o terreno baldio que existe ao lado da residência. “Já entramos em contato com a Prefeitura de Três Lagoas, com várias secretarias. Mas o terreno continua sujo”, disse Ricardo. Maiara completa: “O dono precisa fazer alguma coisa para limpar esse terreno e, com isso, melhor a nossa convivência”.
CCZ
Conforme o coordenador do Centro de Controle de Zoonoses, Antônio Luiz Empke, hoje o Jardim dos Ipês enfrenta uma infestação de escorpiões. “Somos chamados para aquele bairro quase todos os dias para atender a casos de surgimento de escorpiões, na maioria deles, do da espécie amarela. Hoje, aquela região é a maior em incidência de escorpiões de toda a cidade. Tanto que assim que foi questionado sobre o caso dessa família já sabia que eles moravam próximos”, disparou.
O coordenador estima que, de janeiro até hoje, a equipe do CCZ tenha atendido mais de 30 casos apenas naquela região. Ele cita um deles em que a equipe encontrou, na mesma casa, mais de trinta aracnídeos em dois dias de trabalho. Ao lado da residência, havia um terreno baldio com entulhos de restos de materiais de construção, como telhas e pedaços de madeira.
“Essa infestação deve-se ao grande volume de terrenos baldios com restos de materiais de construção que existe naquela região. A todo lugar que você vai há imóveis em construção e, em muitos casos, o proprietário deixa restos de telha, madeira, tijolos, jogados, materiais preferidos para a proliferação e esconderijo dos escorpiões. Durante o dia, eles permanecem ali. À noite, vão para as residências próximas”, disse.
Segundo o coordenador, o único meio de acabar com o problema é limpando os terrenos. “Acredito que cada morador deva limpar o seu terreno. Mas este é outro setor, com a Secretaria Municipal de Infraestrutura”, disse.
Há 60 dias, Empke levou a situação do bairro ao conhecimento do promotor de Justiça, Fernando Lanza. Recentemente, ele também recebeu um ofício de outro promotor, Antônio Carlos Garcia de Oliveira, de Meio Ambiente, para tratar do mesmo assunto.
Neste ano, porém, o CCZ não registrou casos de picadas desse tipo de aracnídeo.
