A organização não governamental Instituto Taquari Vivo (ITV), que há dois anos atua na restauração ambiental e produtiva da bacia do Alto Taquari, e no estímulo ao desenvolvimento econômico sustentável, realizou um estudo inédito, em parceria com a Salva Tecnologia de Monitoramento Ambiental, para analisar a mudança ocorrida no uso e cobertura do solo nos últimos 20 anos.
O trabalho contou com apoio do programa Prosolo, do Governo do Estado, reunindo um grupo multidisciplinar de pesquisadores e, por meio de tecnologia avançada, mapeou e analisou dados de uma área de 2,8 milhões de hectares (equivalente a 3,5 vezes a área total do município de Campo Grande), além de simular impactos de restauração do processo de degradação do solo.
O Rio Taquari, que tem as nascentes comprometidas pela erosão, num processo iniciado há mais de 40 anos, sofre um dos maiores desastres ambientais da história no país, onde o curso natural do rio foi desviado permanentemente por causa do acúmulo de areia carregada pelas águas. A falta de preservação de matas ciliares, reservas permanentes e o uso indevido do solo foram as principais causas do problema ainda sem solução.
O diretor-executivo do Instituto Taquari Vivo, Renato Roscoe, revelou que na área do estudo 52% das pastagens ainda estão degradadas ou em processo avançado de degradação. "Trata-se de uma ferramenta de diagnóstico importante para ordenar nossas ações. Serve de base para a implementação das políticas públicas e para os esforços de restauração de toda a bacia”, afirmou.
O ITV atua em oito municípios na divisa dos estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, onde 40 produtores rurais já foram atendidos em projetos ambientais. Estruturas de contenção de erosão foram implantadas em mais de mil hectares, em parceria com a Semadesc, Agraer, Prefeitura de Coxim, Cointa e Senar MS, por meio da Famasul.
Acompanhe abaixo a entrevista com Renato Roscoe realizada nesta terça-feira (14) no Jornal CBN Campo Grande.
Nesta quarta-feira, o Instituto Taquari Vivo vai apresentar um sumário com os resultados do estudo em um evento no Bioparque Pantanal, a partir das 8h.