O exercício diário do jornalista é a busca pela notícia. No entanto, a informação nem sempre está em um local seguro, como ambientes de confronto e até mesmo de guerra. Com foco nesse público, o Comando Militar do Oeste promoveu uma preparação para profissionais de comunicação, em Mato Grosso do Sul. O estágio para ‘Jornalistas em área de conflito’ foi realizado, em Campo Grande, na primeira semana de outubro. Ao todo 13 profissionais foram selecionados pelo CMO para participar da capacitação, sendo das cidades de Dourados, Nioaque, Campo Grande e Três Lagoas, com a coordenadora de jornalismo Kelly Martins, do Grupo RCN de Comunicação, representando a região Costa Leste.
Essa foi a primeira turma de estágio para jornalistas, no estado, no modelo adotado pelo “Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil” (CCOPAB) do Rio de Janeiro. Entre os dias 2 e 6 de outubro de 2023, os participantes vivenciaram uma rotina de trabalho, com diversas atividades teóricas e práticas. “A importância maior é trocar experiências. Conhecer o que cada um faz, a importância para a sociedade e o trabalho que cada um tem de responsabilidade para contribuir com o país. E vamos aliar com as atividades práticas que mostram como atuar em ambientes mais sensíveis ou de ameaças”, pontuou o comandante do CMO, general Luiz Fernando Baganha.
O coronel Carlos Frederico Cinelli, que já atuou como porta-voz do gabinete de Intervenção Federal, no RJ, e foi chefe da seção de Comunicação Social do Comando Militar do Leste (CML), realizou palestra sobre o “Direito Internacional dos Conflitos Armados e os desafios da guerra na dimensão informacional”. Cinelli também destacou sobre as implicações jurídicas da atuação dos profissionais da mídia em cenários de conflitos armados.
O relacionamento entre Exército e a imprensa foi outro tema abordado no curso. O grupo visitou o hangar do 3º Batalhão de Aviação do Exército (3º BAvEx). Já nas instruções práticas, os estagiários tiveram a oportunidade de obter conhecimentos sobre primeiros socorros; conduta em estruturas colapsadas; comunicação e negociação; defesa química e efeito de armas de fogo. Para praticar as orientações ministradas, foi montada uma pista de progressão de alto risco, em área urbana. Os profissionais percorreram o trajeto em um blindado e participaram de uma simulação de confronto armado. Ao final, foi realizada uma cerimônia de diplomação.