O município de Três Lagoas tem uma série de desafios a serem enfrentados. Na área de infraestrutura, sem sombra de dúvidas, o maior deles é a execução de obras de drenagem, que tem um custo elevadíssimo para serem implantadas. A falta de sistemas de captação de águas pluviais faz com que muitas ruas fiquem alagadas com as chuvas intensas.
Isso ocorre, segundo a secretária municipal de Planejamento, Carmem Goulart, porque Três Lagoas é uma cidade plana, sem relevo. Para ela, esse é o maior gargalo existente na cidade e o maior desafio a ser enfrentado pelo poder público.
Para resolver problemas gerados por alagamentos de ruas, principalmente em pontos críticos, como os do Jardim Alvorada, por exemplo, Carmem disse que é necessária a construção de quatro grandes bacias de drenagem. Essas obras possibilitariam, ainda, drenagens menores para resolver o acúmulo de água de chuva em outras ruas que também têm o problema.
“O grande gargalho de Três Lagoas se chama drenagem, já que o custo para a execução dessas obras é muito alto. Conseguindo construir essas quatro grandes bacias, que chamamos de macrodrenagem, depois seria mais fácil construirmos as microdrenagens. Enquanto não forem executadas essas quatro bacias de drenagem, não vai resolver o problema de alagamento da cidade. Esse é um problema grave, não vou negar”, admitiu a secretária.
VERBA FEDERAL
O projeto para a construção dessas quatro grandes obras de drenagem foi orçado em R$ 84 milhões. Com recursos próprios, segundo a secretária, o município não tem condições de executá-las. Em 2013, a prefeitura apresentou um projeto neste valor para tentar viabilizar, por meio de um financiamento, a execução dessas obras, através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2).
Embora o projeto tenha sido aprovado pela Caixa Econômica Federal, o governo anunciou a liberação de apenas R$ 5 milhões – valor que, até hoje não foi disponibilizado à prefeitura.
A execução do projeto solucionaria mais de 70% de drenagem na cidade, segundo estimativa da secretária. As quatro bacias seriam construídas nas regiões dos bairros Paranapungá, Córrego do Onça, Jardim Alvorada e Jardim Imperial.
Em alguns casos, como é o centro da cidade, mesmo contando com drenagem, ainda existem problemas de alagamentos, dependendo do volume de chuvas. Segundo a secretária, isso ocorre porque as drenagens existentes precisam ser contempladas por essas quatro grandes bacias. “Isso ocorre porque a urbanização vai mudando, novas construções vão surgindo e as bacias de drenagens existentes vão recebendo um volume maior de água”, explicou.
PISCINÕES
Enquanto não consegue recursos para executar essas grandes obras de drenagem, a prefeitura deve adotar medidas paliativas, como a construções de novos piscinões, para minimizar alguns problemas de alagamentos na cidade. “Essa não é a solução, mas temos que encontrar mecanismos para garantir o direito de ir e vir dos cidadãos”, destacou.
Hoje, Três Lagoas possui dois piscinões: um no Jardim Mirassol e outro no bairro Novo Oeste. Em breve, outro será construído no bairro Vila Alegre para resolver o problema de alagamento nas imediações do Parque de Exposições. “Vamos retardar a água da chuva dessa região nesse piscinão; depois, a água será extravasada para a drenagem existente na avenida Ponta Porã”, adiantou.
SEM DRENAGEM, EXPANSÃO FICA COMPROMETIDA
A falta de drenagem impede que a prefeitura pavimente mais ruas em Três Lagoas. Sem sistema de captação de águas pluviais, a secretária de Planejamento disse que a prefeitura não pode asfaltar algumas ruas. “Seria um crime pavimentar sem drenagem. Se isso ocorrer, aumentaria o número de ruas alagadas, e temos que tomar muito cuidado para evitar que isso acontece”, alertou.
Atualmente, de acordo com Carmem Goulart, 60% das ruas de Três Lagoas estão pavimentadas. Em breve, o município vai contar com um investimento de R$ 3 milhões para asfaltar algumas ruas. No entanto, segundo a secretária, são vias que não necessitam de drenagem. “Foi um sacrifício para escolher as ruas que não passarão drenagem. Fazendo a drenagem, se pavimenta em um piscar de olhos”, disse.
Centro, Jupiá, Colinos, Santa Terezinha, Nossa Senhora Aparecida, Lapa, Santo André, Bela Vista e Vila Piloto são os bairros com 100% das vias pavimentadas. Outros, como Santa Luzia, Interlagos, Santos Dumont, por exemplo, restam poucas ruas para ficaram com 100% de asfalto.
Os bairros que possuem menos ruas pavimentadas são: Jardim Imperial e Violetas, Vila Haro, Jardim Morumbi, Jardim Oiti, Vila Alegre, 5ª da Lagoa, Jardim Alvorada , entre outros. Vila Haro e Vila Alegre, por exemplo, são dois bairros antigos, com muitas construções, mas contam com pouquíssimas ruas pavimentadas. Isso ocorre devido à falta de drenagem.