A saída do deputado Eduardo Rocha (MDB) da Assembleia Legislativa para atuar como Secretário de Estado do Governo de Mato Grosso do Sul, causará um vazio na representação política de Três Lagoas no cenário estadual. No passado chegamos a ter três deputados estaduais com assento no legislativo sul mato-grossense. Por outro lado, há mais de 36 anos não temos um Secretário de Estado nos quadros do governo estadual.
Então, se por um lado ficamos diante de um vazio político na Casa de Leis do Estado, adquirimos musculatura no Poder Executivo, lugar por onde muitas aspirações da nossa municipalidade poderão se concretizar neste último ano do mandato do governador Reinaldo Azambuja através da ação e interferência do novo Secretário. O deputado Eduardo Rocha, que ao anunciar o aceite do convite do governador do Estado, comunica, também, o seu desejo em não disputar um novo mandato eletivo. Embora, não se saiba para qual Secretaria de Estado será por ele será ocupada, seja ela qual for, certamente, terá cacife político para encarnar e resolver com habilidade junto ao governo estadual os pleitos do município. Diante deste quadro, volta à discussão algumas circunstâncias da política três lagoense.
A primeira seria a ausência de lideranças efetivas com densidade popular para disputar cargos eletivos. Como se constata na atualidade, o prefeito Ângelo Guerreiro é o único político da cidade que se apresenta como dono de um amplo patrimônio eleitoral, seja pela dedicação no exercício diário da atividade política, seja pela condução que dá ao mandato que se encontra investido. Entre outros, com domicílio eleitoral na cidade, há muitos bons nomes, entretanto, precisam mostrar luz própria, vontade política e densidade eleitoral. Mas, também, precisam evidenciar capacidade de aglutinação de outras forças e de lideranças da sociedade civil. É certo que vivemos tempos de muita incredulidade no exercício da política.
Quem exerce atividade político partidária é vítima de muita execração e desconfiança na opinião pública, que muitas vezes não separa o joio do trigo. Não vamos aprofundar diante desse conceito mais comentários. Para complicar mais ainda, as circunstâncias políticas do momento se perdem no fosso que desune lideranças vivas e fortes, envolvidas pela nuvem da vaidade ou até mesmo de falta de humildade para abrir mão das próprias pretensões em favor de outra liderança com mais preparo e realce para o efetivo exercício do mandato popular, principalmente, para os de caráter legislativo.
O fato é que enquanto lideranças da cidade não se unirem em torno de um ideal, que visa impulsionar mais ainda o desenvolvimento social e político, os quais promovem a economia por conta da ação e implementação de projetos de grande alcance capazes de gerar emprego e renda, continuaremos a lastimar o que deixa de acontecer no município. Além disso, havemos, sempre, chorar como se diz na linguagem popular o leite derramado, ou seja a oportunidade desperdiçada em ocupar representação que pode se transmudar em bem geral da coletividade, desde que o mandato seja exercido com extrema dedicação e voltado para uma conduta ética e sem a pratica de ações que não se coadunam com os melhores costumes.
As eleições estão a menos de um ano para serem realizadas. Para termos uma boa representação política, seja na Assembleia Legislativa, na Câmara ou no Senado Federal, é preciso que a população não seja levada pelos vendedores de ilusões com candidatos que aluguel, que obtêm votos para engrossar legendas partidárias, eleger terceiros desconhecidos, mas que infelizmente, enfraquecem a possibilidade de eleição daqueles que podem assumir com legitimidade a representação política de Três Lagoas e região.