Familiares de Cristiano Santos Silva, conhecido como Pick, 31 anos, desaparecido desde o fim do mês passado, realizaram na tarde de ontem uma pequena manifestação no comércio de Três Lagoas. A mobilização, que contou com a participação das irmãs de Cristiano, Cristiane e Cristina, acompanhadas pela mãe delas, Rosângela Santos da Silva, teve como objetivo sensibilizar a população três-lagoense para o desaparecimento e pedir ajuda da população, com denúncias e informações que possam auxiliar nas investigações.
Três Lagoas
Família de desaparecido realiza manifesto no Centro
Cristiano Santos Silva e Cláudio Maciel de Araújo estão desaparecidos desde o dia 28 de março
Em entrevista à equipe de reportagem da TV Concórdia, Cristiane explicou que a ideia de fazer cartazes, alguns deles fixados na área central, surgiu através de contato com uma rede de apoio a famílias de desaparecidos do Rio de Janeiro que atua no Facebook. Foi a instituição também que doou o material informativo. “Estamos com esses cartazes com a foto dele e também usando as redes sociais para obter ajuda. O nosso objetivo é fazer um apelo a toda a população. Quem tiver qualquer informação nos ajude, nos informe. Se não quiser se identificar, ligue e denuncie anonimamente”, frisou.
Cristiano está desaparecido desde o feriado de Sexta-Feira da Paixão, quando estava com um amigo, também desaparecido – Claudio Maciel de Araújo, 26, conhecido como Zoio. Os dois saíram de motocicleta para abastecer em um posto de combustíveis e não retornaram mais. “No dia 28, fará um mês. Ele [Cristiano] fez aniversário longe da gente e está em tratamento, pois tem tuberculose. Eu não vou desistir do meu irmão. Quero encontrá-lo vivo, em nome de Deus”.
A motocicleta de Cristiano, uma Honda Titan azul, placa HSQ 1962, foi encontrada pela Polícia Militar um dia após o desaparecimento. O veículo estava abandonado em um terreno baldio próximo à rua Antônio Estevão Leal. Porém, como não estava registrada no nome dele, a polícia levou alguns dias para identificar o proprietário. “Quando descobriu a motocicleta, eu achei que ele estivesse morto. Mas, depois nos explicaram que eles não foram encontrados. Isso nos deu uma nova esperança de que ele está vivo. Eu não sei o que aconteceu. Mas eu quero Justiça, eu quero resposta por parte das autoridades. Só sei que quero meu irmão.”, disse.
Cristiane completa: “Todo mundo tem que saber como é a dor de não saber o que aconteceu com um familiar seu. Desaparecimento é pior do que a morte. Nós não sabemos se ele está vivo, se está comendo, se está ferido, se precisa de alguma coisa. Só quem já teve um filho desaparecido sabe a dor que estamos sentindo”. A mobilização também contou com o apoio de familiares de Claudio.
Os desaparecimentos são investigados pela Polícia Civil, que conta com o apoio da Delegacia de Investigações Gerais (DIG). Segundo informações da polícia, Cristiano possuía passagens pela polícia. Já Cláudio era procurado por envolvimento com a facção criminosa responsável pela morte do policial aposentado Otacílio Pereira de Oliveira, executado no início de março. Ele está com a prisão preventiva decretada pela Justiça.