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Três Lagoas

Famílias protestam contra falta de infraestrutura no Novo Oeste

Moradores pedem providências para os inúmeros problemas em apartamentos

Famílias que invadiram os imoveis alegam que não tinham onde morar -
Famílias que invadiram os imoveis alegam que não tinham onde morar -

Moradores do Residencial Novo Oeste de Três Lagoas realizaram na noite da última terça-feira, uma manifestação para cobrar providências para os vários problemas detectados nos apartamentos entregues em dezembro.  De acordo com os moradores, são inúmeros os problemas detectados no local, como infiltração na parede, vazamento na encanação da Sanesul, falta de estrutura para a colocação do botijão de gás, entre outras situações. Além disso, o novo residencial começou a enfrentar invasões de pessoas que não conseguiram a casa própria.

Na manhã de ontem, durante o programa RCN Notícias da Rádio Cultura FM, moradores também reclamaram dos problemas. Eles alegaram que os problemas já foram repassados para Brookfield Incorporações, empreiteira responsável pela construção dos apartamentos, mas nada foi feito. Os moradores reclamam também da falta de sindico e pedem mais policiamento na região.
 
O Jornal do Povo esteve este ontem no local, e constatou falhas em vários apartamentos. Em dois deles, o chão estava cheio de água que vazou pela encanação. As famílias, contempladas com o apartamento, inclusive, não se mudaram para o local ainda em razão dessa situação. O mesmo problema ocorre em outros apartamentos, porém, com famílias já morando no local.
 
Em um dos apartamentos que fica no térreo, parte do forro caiu devido a problema de vazamento no teto. “No meu apartamento o problema é no teto do banheiro. Assim que mudei não estava assim, mas há uma semana começou a vazar água no teto”, disse a moradora do Conjunto Habitacional, Vanilda Barbosa.
 
EMPRESA
Na tarde de ontem, uma equipe da construtora Brookfield estave no residencial verificando e iniciando os reparos necessários. Em nota, a empresa se pronunciou sobre o assunto e disse que mantém um serviço de assistência técnica no local à disposição dos moradores do residencial, que atende a solicitações de manutenção nas unidades e na área comum. Desde a entrega do empreendimento, conforme a empresa, a construtora vem realizando os reparos que são de sua responsabilidade e que constam da garantia do imóvel. A empresa esclareceu ainda que o abastecimento de água é de responsabilidade da Sanesul.
 
Com relação às ocorrências sobre a rede de esgoto, a empresa informou que está atendendo todas as solicitações e alertando os moradores a respeito do mau uso, que vem causando entupimentos, entre outros problemas. Além das informações fornecidas pela equipe da Brookfield para os moradores, uma empresa foi contratada pela Prefeitura para realizar um trabalho educativo sobre convivência em condomínio e preservação patrimonial.
 
Após a aprovação do projeto pelo Corpo de Bombeiros, a Brookfield informou que identificou uma divergência, que foi corrigida durante a execução da obra. Segundo a empresa, o empreendimento atende todas as normas técnicas do Corpo de Bombeiros e a empreiteira está aguardando nova vistoria da corporação após ter protocolado o documento com o ajuste necessário.
 
CAIXA
Quanto aos possíveis danos físicos, a Caixa Econômica Federal, por sua vez, informou que vai enviar equipe ao local e, se necessário, acionar a construtora responsável pelo empreendimento. A Caixa ressaltou que implantou, ano passado, o Programa Caixa de Olho na Qualidade, que traz medidas para ampliar o atendimento aos beneficiários do Programa Minha Casa Minha Vida e acompanhar a qualidade das moradias entregues à população através do telefone 0800.721.6268. A ligação é gratuita.

Famílias invadem apartamentos
Além dos problemas na parte física, o Jornal do Povo constatou ainda que duas famílias invadiram dois apartamentos que, segundo elas, estavam vazios. Entretanto, segundo informações de moradores do local, o número de invasões é maior. Jessica Patrícia Fernandes da Costa, de 22 anos, é mãe de três crianças pequenas e foi uma das que invadiu o local.  Alegando não ter condições de pagar aluguel, disse que foi até residencial Novo Oeste e verificou que tinha apartamentos vazios, então, resolveu ocupar um.  “Estou desempregada e, agora eu não tenho mais condições de pagar aluguel. O Departamento de Habitação disse que a gente vai ter que sair daqui, se isso acontecer vou lá para a Prefeitura”, declarou.
 
O mesmo ocorre com Vanessa Aparecida dos Santos Genesi, de 20 anos, mãe de um menino de um ano e sete meses. Ela conta que morava com uma amiga, a qual teria colocado para fora de casa com seu filho, sem ter para onde ir, também invadiu um apartamento no Novo Oeste. “Tem um monte de apartamento fechado. Isso é sinal de que as pessoas que foram contempladas não precisam, então porque não dá para a gente que precisa?” questionou.
 
O JP esteve no Departamento de Habitação, porém foi informado de que a diretora se encontra de férias, e que os problemas deveriam ser verificados com a Caixa Econômica Federal. Ainda segundo as informações, na próxima sexta-feira a Caixa deve iniciar uma vistoria no Conjunto Habitacional para verificar a ocupação do local.

Ainda de acordo com informações obtidas no Departamento de Habitação, as famílias que invadiram os apartamentos vão ter que desocupar, já que existem critérios para novas ocupações. Com relação a unidade invadida, a Caixa informou que está tomando as medidas necessárias para reintegração de posse.