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Três Lagoas

Famílias são notificadas para desocupar terrenos da União

Elas têm 90 dias para deixar imóveis

Juliana Resende foi notificada para desocupar o imóvel construído  - Jornal do Povo
Juliana Resende foi notificada para desocupar o imóvel construído - Jornal do Povo

Várias famílias que construíram casas ou avançaram sobre terrenos de propriedade da antiga Rede Ferroviária Federal, hoje pertencentes à União foram notificadas na tarde desta quinta-feira, dia 6, para desocuparem o imóvel dentro de 90 dias. Outras tiveram construções embargadas, não podendo mais dar continuidade à essas obras. Caso não obedeçam à notificação da Superintendência do Patrimônio da União serão multadas, além de verem ajuizadas contra si ação civil e criminal por invasão de imóvel público.

Juliana Resende de Sá foi uma das pessoas notificadas para desocupar o imóvel em três meses, porque  construiu uma casa no terreno da ex-sogra, alegando que não conseguiu obter uma casa em programa habitacional do governo federal. “Eu morava em uma garagem com meu filho e consegui ajuda para construir no fundo do terreno da minha ex-sogra e, agora vou ter que sair daqui, não é justo”, disse chorando.

Ela comentou que há mais de um ano iniciou a construção no terreno. Segundo Juliana, ela só construiu porque outra pessoa que passou fiscalizando essas áreas havia informado de que a partir de determinada metragem, ela poderia construir. “Todo mundo precisa de um teto. Agora, vou morar aonde? De baixo da ponte?”, questionou.

Michele da Silva Souza também foi notificada na tarde de ontem e teve a obra de uma casa que estava construindo no terreno da sua mãe embargada. Ela disse que há um ano e três meses iniciou a construção na frente do terreno onde sua mãe mora há anos. A mãe, no entanto, não foi notificada, já que manteve a casa da antiga ferrovia sem alteração.

Ela também alegou que só construiu no local porque fez a inscrição para ser contemplada com um apartamento no Residencial Novo Oeste, mas não conseguiu. “Tenho três filhos. Em 2009 fiz inscrição no Departamento de Habitação do município, mas até hoje não fui contemplada”, declarou. Michele também alegou que só construiu porque uma das pessoas que tinha passado fiscalizando a área teria dito que não poderia construir em uma determinada área do terreno onde poderia passar uma rua. Ela adiantou que vai procurar um advogado para tentar reverter essa situação na justiça.

Além dessas duas mulheres, várias outras famílias foram notificadas ontem pela equipe da Superintendência do Patrimônio da União. Pelo que foi apurado pelo Jornal do Povo, só estão recebendo as notificações às famílias que construíram casas em terrenos da antiga ferrovia, ou ampliaram e modificaram o padrão original do imóvel.