Tipicamente Mato Grosso do Sul enfrenta o período de seca entre os meses de abril a setembro. Forrado por cobertura vegetal ressecada, falta de chuva, aliada a baixa umidade do ar, as condições ideais para o início de um incêndio florestal estão formadas.
Márcio Ferreira Yule, coordenador do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Nacionais Renováveis (Ibama), em entrevista ao Jornal CBN CG contou como o combate do ‘grande’ incêndio de 2020 fortaleceu e a rede de prevenção ao fogo no estado.
“Aqui no Estado já existia um comitê desde o ano 2000, o Comitê Interinstitucional de Combate aos Incêndios Florestais. No início, este comitê trabalhou por 5 anos, depois hibernou, cada instituição começou a atuar de forma isolada dentro das suas competências. Em 2019, a gente já começou a retomar o comitê [sic], mas os incêndios que ocorreram em 2020 foram acima da média. Uma demanda que nós tivemos de instituições não governamentais, como Ecoa, SOS Pantanal, Instituto Homem Pantaneiro, Icas e outras, se candidataram para formar a brigada voluntária. Elas são fundamentais porque trabalham ao longo do ano e elas estão próximas das áreas que queimam".
Uma conduta adotada por especialistas de combate ao fogo e que para muitos leigos é tida como contraditória, a queima prescrita, é hoje uma das ações preventivas mais utilizadas para conter a propagação dos incêndios de grande proporções no Pantanal.
“De 2015 para cá, nós temos feito a queima prescrita. Então, em cima de uma informação de queima de carga de combustível, esse mapa aponta onde há uma vegetação seca e se essa vegetação puder ser manejada antes do período seco, ela não vai queimar no período crítico evitando o incêndio de grandes proporções”.
Este ano ainda uma outra ação foi implementada, a instituição da brigada indígena. Acompanhe a entrevista: