A madrugada de quarta-feira (4) foi marcada por transtornos em diversos bairros de Três Lagoas devido à chuva intensa que atingiu a cidade. Com mais de 100 milímetros de precipitação, ruas alagadas, veículos atolados e residências invadidas pela água, evidenciaram a vulnerabilidade da infraestrutura urbana.
No Jardim Alvorada, uma das regiões mais afetadas, a moradora Rebeca Andrade Gonçalves relatou o drama enfrentado. “É a segunda vez neste ano que minha casa é invadida pela água. Tenho um bebê pequeno e é desesperador acordar com tudo alagado”, desabafou. Apesar de morar próximo a um piscinão construído pela prefeitura para mitigar enchentes, Rebeca ainda sofre com os alagamentos.
No Jardim Cangalha, a situação foi igualmente crítica. Felipe Alves dos Santos teve o carro atolado e encharcado pela água. “Ainda não consegui calcular os prejuízos, mas o interior do carro está cheio de água”, lamentou. Além disso, Maria Aparecida de Brito, que mora há cinco anos no bairro, precisou descartar móveis danificados e enfrentar o transbordamento do esgoto, que piorou as condições higiênicas.
Os relatos também expõem o impacto contínuo da falta de manutenção e infraestrutura adequada. Adriana, outra moradora do Jardim Cangalha, afirmou que os alagamentos não apenas dificultam o trânsito, mas tornam o acesso às residências impossível. “Já precisei dormir na casa de amigos porque não conseguia entrar em casa. Além disso, o cheiro de esgoto transbordando é insuportável”, declarou.
A Prefeitura de Três Lagoas, por meio da Secretaria de Infraestrutura, informou que está ciente dos problemas causados pelas chuvas recentes e destacou que o acumulado de 120 milímetros foi atípico. Em nota, afirmou que as equipes estão monitorando os pontos críticos e estudando soluções para os bairros mais afetados.
No entanto, para os moradores, a espera por medidas efetivas se arrasta há anos. Os constantes alagamentos, a ausência de drenagem eficiente e a falta de manutenção das galerias pluviais demonstram a necessidade de investimentos estruturais urgentes. Enquanto isso, famílias seguem contabilizando prejuízos e vivendo com o temor das próximas chuvas.