A Campanha da Fraternidade deste ano de 2023, promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), incentiva o combate à fome. E nos estimula colocar em prática o sentimento de solidariedade e o exercício da prática do bem, atributos que proporcionam aproximação entre as pessoas e que se consubstancia em exortação ao amor que deve nortear as relações entre uns e outros.
Praticar a solidariedade em maior ou menor intensidade é um gesto que se reverte em benefício para nós próprios. Amealhar bens, fazer fortuna, conquistar lauréis, nada valerá, se não dermos utilidade e comungarmos com o próximo tudo que nos é permitido conquistar pelo trabalho sério e honesto. Portanto, é certo que nesta construção, se pudermos ampliar a participação de mais pessoas na jornada cotidiana na medida que esta se amplia, mais méritos conquistaremos na acumulação transitória de bens materiais. Em síntese, se podemos multiplicar oportunidades, porque não ampliarmos nossas ações em prol das pessoas mais necessitadas.
É certo que o trabalho edifica o homem e nele se assenta a construção de valores que marcam sua trajetória. É também pelo trabalho que se assegura o próprio sustento e, consequentemente, se aplaca as necessidades cotidianas que vão desde a alimentação, moradia, a saúde, educação, entre tantos requisitos indispensáveis para se viver com dignidade. Quando colocamos em prática o sentimento da fraternidade, que nada mais é do que nos tornarmos irmãos indistintamente de laços de consanguinidade do próximo, certamente, aprimoramos um item importante na nossa jornada e nos preparamos para viver a vida como ela deve ser vivida, amando e respeitando aqueles com os quais convivemos diuturnamente.
O tormento da apatia, da falta de inciativa em dar um passo em direção ao próximo com um gesto de solidariedade desafia o instinto egoísta de cada pessoa, que pensa e deseja praticar o bem, mas que não consegue se desprender dos bens materiais que conquistou para colocar parte deles à serviço dos mais necessitados. Não são poucos os que precisam desse socorro, porque infinitos motivos os colocam nessa situação. Sequer, cabe elencar as impossibilidades que surgem como obstáculo para os que precisam da mão estendida para suprir o estado de necessidade em que vivem.
A fome e a miséria são circunstâncias que se apresentam cruelmente, mas podem servir de norte para colocarmos em pratica o exercício do amor ao próximo. Se queremos ser solidários, porque não aplacamos com gestos de desprendimento a fome que maltrata o próximo? Concretamente, se queremos colocar em prática os princípios da fraternidade e da solidariedade, devemos ir em socorro daqueles tem fome sem quaisquer questionamentos, até porque qualquer discussão não apressa em aplacar a fome de quem quer que seja, independentemente de raça, cor, credo, etnia.
Certamente, este é um desafio permanente que acaba por rondar o pensamento do ser humano, incapaz de dar um passo adiante para a prática do bem. Se assumirmos as nossas responsabilidades atendendo as convocações dos nossos corações e da própria razão, certamente colocaremos em prática gestos de solidariedade que engrandecerão a nossa jornada interior. Dando esse passo e concretizando ações, podemos contribuir para amenizar a fome que na atualidade alcança mais de 30 milhões de brasileiros, os quais poderão estar amparados pela caridade sem alarde que podemos praticar. Esse gesto, permitirá a inclusão na vida ativa de suas comunidades de pessoas que poderão sair de uma situação de estagnação para tornarem uteis como desejamos ser na trajetória de nossas jornadas.
É liquido e certo que se incluídos na sociedade, também, poderão conquistar e partilhar suas conquistas com o próximo. Tomara que em breve os que ensaiam em amenizar a fome do próximo, possam também formar a legião dos solidários que querem assumir responsabilidades em direção aos menos favorecidos. Vamos dar as mãos no combate a fome e a miséria, destinando aos menos favorecidos um pedaço do muito que nos é concedido.