A frota de veículos de Três Lagoas vem acompanhando o crescimento econômico, industrial e populacional da cidade. Porém, de acordo com o secretário municipal de Trânsito, Milton Gomes Silveira, o crescimento tem sido acima da média nacional, o que tem gerado problemas, porque a estrutura viária atual é a mesma de quando a cidade foi criada.
Em janeiro de 2006, a cidade tinha 30,4 mil veículos cadastrados no Departamento Estadual de Trânsito (Detran). Hoje são 78,1 mil – 47,7 mil veículos ou 153% a mais. A frota nacional era, há dez anos, de 42,3 milhões de veículos, e hoje é de 91 milhões – 115% a mais.
O número de veículos registrados na cidade supera, por exemplo, a quantidade de habitantes em várias cidade do Estado. Em junho de 2015, eram 75,4 mil veículos. Em um ano, houve um aumento de 2,6 mil unidades. Em cinco anos, Três Lagoas – que tem 113,6 mil habitantes – “ganhou” mais de 33 mil veículos.
FROTA FLUTUANTE
Além dos veículos cadastrados no Detran, a cidade tem frota flutuante estimada em 20 mil veículos. “São veículos de outras cidades, que vêm a Três Lagoas, como caminhões e ônibus que trafegam pela avenida Ranulpho Marques Leal”, destacou o secretário. A avenida é um trecho de 6,6 quilômetros da rodovia BR-262, ligação entre Mato Grosso do Sul e o Estado de São Paulo
Para o secretário, esta quantidade deve aumentar, principalmente na avenida, quando entrarem em operação a segunda linha de produção das fábricas de celulose e a unidade fertilizantes. A solução seria, segundo ele, a construção de um anel rodoviário para desviar veículos pesados do perímetro urbano. “Daqui a alguns anos vai ser difícil cruzar a Ranulpho, e não há mais o que ser feito em sinalização com semáforos”, afirmou Milton Silveira.
IMPACTO
De acordo com Milton, o crescimento da frota gera impactos no trânsito, como de deslocamento, estacionamento e de risco maior de acidentes, entre outros. “É necessário um planejamento viário para distribuir o fluxo de veículos”, destacou. Para Silveira, a dificuldade de deslocamento em algumas ruas ocorre pela falta de vias alternativas. “Três Lagoas ainda é carente de vias planejadas, que possam ser transformadas em coletoras, de maior fluxo”, acrescentou.
Um plano de mobilidade urbana também precisa ser desenvolvido na cidade, conforme prevê o estudo de revisão do Plano Diretor, em andamento. “Há vias que precisam ter mais condições, não necessariamente todas. No passado, teve um erro de estreitar as ruas. Com as vias largas é possível criar ciclofaixas, melhorar o tráfego”, ressaltou.