Os trabalhadores dos Correios, em Três Lagoas, encerram a greve e retornam ao trabalho na manhã desta terça-feira (13). A paralisação durou menos que 24 horas e as duas agências, como também a Central de Distribuição, realizam o atendimento normalmente. A decisão foi tomada após julgamento de ação pelo Tribunal Superior do Trabalho, na segunda-feira (12), sobre a cobrança de mensalidade do plano de saúde dos funcionários.
O atendimento ficou prejudicado nesse período, em 10 agências de Mato Grosso do Sul e 20 cidades. Os trabalhadores decidiram suspender a paralisação, durante assembleia geral no Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Mato Grosso do Sul (Sintect-MS), em Campo Grande. Os grevistas tentaram impedir o corte de benefício estendido a 400 mil pessoas em todo o país, que gera gasto anual de R$ 1,8 bilhão.
O TST permitiu que os Correios implantassem a mensalidade, mas num percentual menor que o previsto. De acordo com a presidente do Sintect-MS, Elaine Regina Souza Oliveira, os trabalhadores apresentaram uma pauta de reivindicações extensa, mas não chegou a ser negociada com a estatal. “Nosso objetivo era pressionar contra a cobrança da mensalidade. Como houve o julgamento, não conseguimos. Mas, a nossa luta não para e vamos continuar lutando para não perder mais direitos nos próximos meses. Também pretendemos dialogar com outros sindicatos”, frisou.
Entenda
A ação de dissídio coletivo havia sido ajuizada pelos Correios ainda no ano passado, quando não houve acordo entre empregados e direção sobre a revisão do Postal Saúde. A principal mudança é a introdução da cobrança de mensalidade dos empregados e dependentes (cônjuges e filhos), conforme faixas etária e remuneratória. Até então, os empregados e seus familiares que usavam o plano pagavam apenas um percentual por consulta ou exame, de acordo com uma tabela remuneratória do plano.
Os dependentes ascendentes (pais e mães) dos empregados continuarão no plano até julho de 2019, quando vence o acordo em vigor. Após esse período, deixarão de ser cobertos pelo plano, e ficarão assegurados os que estiverem em tratamento médico-hospitalar até a alta médica, segundo regras da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Os ministros também aprovaram a proporcionalidade de pagamento das despesas totais do plano, que será de 30% para os empregados e 70% para os Correios. Quem ganha R$ 2,5 mil, por exemplo, pagará 2,5% do plano de saúde, ou R$ 62,50 por mês. Os filhos e cônjuges desse funcionário também pagarão percentuais sobre essa mensalidade de R$ 62,50, de 35% e 60%, respectivamente.
Quanto maior o salário do funcionário, maior será o percentual a ser pago do plano de saúde. Quem ganha acima de R$ 20 mil pagará 4,4% da mensalidade.