O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), por meio do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), deflagrou na manhã desta quarta-feira (16) a Operação Backstage, com o objetivo de apurar possíveis irregularidades em contratos firmados pelo Município de Três Lagoas entre os anos de 2022 e 2024.
A ação foi realizada em apoio à 7ª Promotoria de Justiça de Três Lagoas e cumpriu 10 mandados de busca e apreensão, sendo oito em Três Lagoas e dois em Dourados, conforme decisão judicial expedida no curso das investigações.
Segundo o MPMS, os alvos da operação estariam envolvidos em um esquema criminoso que inclui suspeitas de associação criminosa, fraude em licitação, peculato, corrupção ativa e passiva, entre outros crimes correlatos. A investigação aponta que uma empresa local teria vencido, de forma recorrente, diversas licitações para fornecimento de estruturas e equipamentos voltados à realização de eventos e shows no município, durante a gestão do ex-prefeito Ângelo Guerreiro.
Os contratos investigados referem-se ao período entre 2022 e 2024 e apresentariam fortes indícios de irregularidades, inclusive com apontamentos prévios do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MS) sobre vícios em pelo menos um dos procedimentos licitatórios.
Durante o cumprimento dos mandados, foram apreendidos documentos nas secretarias municipais de Juventude, Esporte e Lazer e Administração, que poderão contribuir para o avanço das investigações.
O nome da operação, “Backstage”, faz referência aos bastidores dos eventos promovidos pela administração pública, indicando que nem tudo o que ocorre por trás da organização desses acontecimentos chega ao conhecimento da população.
O Ministério Público segue com as apurações e não descarta o surgimento de novos desdobramentos a partir da análise do material apreendido.