Dezenas de indústrias, centenas de empregos sendo oferecidos e um problema: encontrar um profissional preparado para assumir cada uma das vagas, principalmente do setor operacional. Essa é a dificuldade dos empresários instalados em Bataguassu, uma cidade com vocação para a área industrial e prestação de serviços. Ano passado foram gerados 788 vagas – setor formal. O número é três vezes maior que o registrado em 2007.
De acordo com o Centro Integrado de Atendimento ao Trabalhador (Ciat) de Bataguassu, o mercado de trabalho é exigente e tem pressa. "O empresário que se instala na cidade espera encontrar um trabalhador pronto", explicam.
Dados divulgados ano passado sobre a qualificação da mão de obra elaborado pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI), revelam que a competitividade no segmento fica comprometida. Diante disso, muitas empresas investem em cursos de desenvolvimento profissional para que os funcionários consigam desempenhar melhor as atividades do cargo.
CURSOS DE CAPACITAÇÃO
A pesquisa-sondagem apontou que metade das empresas industriais no Brasil tem problemas relacionados à falta de qualificação profissional. Para tentar reduzir esse número, mais de 80% das instituições investem em cursos de capacitação. A maior queixa dos empreendimentos é a falta de programas específicos para o aprimoramento. Com a escassez de profissionais treinados, mais de 70% das empresas criam alguma política de retenção dos funcionários. Desde a valorização do salário aos benefícios ‘extra contracheque’.
OS PROBLEMAS
Ainda de acordo com a pesquisa, muitos problemas são causados por falta de profissionais preparados. As dificuldades atingem principalmente as pequenas empresas. Cerca de 60% delas enfrentam algum problema. Na Região Centro-Oeste 64% dos grupos de negócios aponta a falta de qualificação como um tema preocupante. Quando o assunto entra nos segmentos de mercado, os setores que apresentam mais problemas são: álcool (76%), vestuário (75%), outros equipamentos de transporte (71%), indústrias extrativas (71%), máquinas e equipamentos (70%) e veículos automotores (67%).
GERAÇÃO DE EMPREGO
Um relatório do Centro de Atendimento local aponta que no ano passado existiam mais vagas do que interessados. Foram realizadas 1.274 inscrições de candidatos, no entanto apenas 901 foram encaminhados. Deste, 178 foram contratados. Em resumo sobraram 610 vagas sem serem preenchidas. O mesmo fato ocorreu em 2007. Naquele ano foram encaminhados 270 candidatos que preencheram as vagas, e ainda sobraram 20.
Segundo os atendentes do Centro várias empresas procuram o balcão de emprego para obterem encaminhamento de profissionais. Entre elas: Debrasa, Regina Festa, Regional Telhas, Córrego Azul, Marfrig, Refricon, além de hotéis e residências.
Em 2006, o órgão registrou 1.390 inscrições. Destes, 320 foram empregados.