Veículos de Comunicação

Três Lagoas

?Gosto muito do trabalho voluntário de ajudar as pessoas?

Estamos falando da presidente da Rede Feminina de Combate ao Câncer de Três Lagoas, Ivanir Batista dos Santos.

-
-
Ela trabalha na administração da empresa dos filhos, tem as obrigações como esposa e dona de casa, ainda assim, dedica parte do tempo ao trabalho voluntario. Estamos falando da presidente da Rede Feminina de Combate ao Câncer de Três Lagoas, Ivanir Batista dos Santos. Apesar das tantas obrigações que ela tem no dia a dia, seja na administração da empresa dos filhos, ou na rotina de cuidar da casa e do esposo, Ivanir afirma que é preciso achar um tempo para de dedicar-se ao próximo. Na entrevista especial da semana, o Jornal do Povo, conversou com a presidente de uma das organizações não governamentais mais atuantes do município.

Jornal do Povo – O que levou a senhora fazer parte da Rede Feminina de Combate ao Câncer?


Ivanir Batista dos Santos – Eu sempre gostei do trabalho voluntário. Eu trabalhava muito nas igrejas e nas comunidades de Três Lagoas, mas sentia que faltava algo a mais. Queria uma coisa direcionada para fazer o bem para alguém. Gosto muito desse trabalho voluntário de ajudar as pessoas. Minha mãe teve um câncer de mama, e um dia fui levá-la no hospital de Barretos e perguntei ao médico o que poderia fazer para ajudar as pessoas e o hospital. O médico disse que eu poderia ficar a vontade para escolher, como, por exemplo, realizar uma campanha para ajudar na arrecadação de recursos. Analisei e percebi que, para Barretos, vai muita doação, então, resolvi fazer alguma coisa para as pessoas de Três Lagoas, foi quando há dez anos, comecei a frequentar a Rede Feminina de Combate ao Câncer. Comecei fazendo parte do Conselho Fiscal, participava das reuniões, mas nunca tive pretensão de chegar ao cargo de presidente, o que eu queria era trabalhar. Sempre gostei de cozinhar, então nos eventos eu sempre ia para a cozinha. Ficava muito realizada com isso, quando em um determinado dia fizeram uma reunião e me indicaram para ser presidente. Eu sempre dizia que não tinha rótulo para ser presidente, mas depois eu vi que não precisa de rótulo, mas sim de boa vontade. Assim o faço, com muita vontade e muito carinho.

JP- O Rotary Club de Três Lagoas anunciou a destinação de R$ 60 mil para a Rede Feminina de Combate ao Câncer, recurso oriundo da arrecadação do Motoshow, esse recurso será destinado para que?


Ivanir – Isso, esse recurso chegou em boa hora, porque há muito tempo o prédio da Rede Feminina estava precisando de uma boa reforma. A Rede pagava aluguel desse prédio, depois a Neide Kalil fez a doação desse imóvel para a entidade. Agora, estamos no término final desse processo de transferência do imóvel para a Rede. Aqui só tem um dormitório, uma sala para o atendimento com o psicólogo e nós necessitamos de mais salas para melhor atender a população. Portanto, esse dinheiro que o Rotary está nos repassando chegou no momento mais abençoado. Nós vamos buscar mais parcerias para executar essa ampliação. O próprio Rotary se prontificou em nos ajudar, como o engenheiro Ailton Pereira, que vai elaborar o projeto junto com o empresário Hélio Morales. Acredito que no ano que vem a sede da Rede Feminina estará de cara nova.


Nós temos trabalhos diários aqui na sede da Rede. Temos oficinas, as quais, por falta de espaço adequado, funcionam na Casa de Apoio Dirce Viana. Então, a nossa ideia com essa ampliação é atender os assistidos e as pessoas que são voluntárias.

JP- Quantas pessoas são assistidas pela Rede Feminina de Combate ao Câncer?


Ivanir-Temos cadastradas 260 pessoas, só que assistidas diretamente, temos uma média de 80 a 100 pessoas por mês. O atendimento é variado porque têm pessoas que precisam do leite, outras de complemento alimentar, remédios, fraldas, entre outras coisas. Cada paciente recebe o atendimento necessário.

JP- Como a senhora analisa a quantidade de pacientes com câncer?


Ivanir- Infelizmente é uma doença que tem aumentado muito. Na verdade tudo é proporcional, aumenta porque existe um aumento da população, acredito que seja devido à qualidade de vida das pessoas, estresse, tipo de alimentação…etc. Em Três Lagoas, apesar de ser um número alto, o Centro Oncológico tornou-se uma realidade. Tem uma equipe nova que está assumindo e um novo prédio será construído. Já estamos em contato com essa equipe e fazendo uma parceria para trabalharmos em conjunto. Um dos nossos objetivos é esse, o de ampliar a nossa sede também para atender essas pessoas que serão atendidas no Centro Oncológico de Três Lagoas. Com essa ampliação do Centro Oncológico vai aumentar muito o número de pessoas da região no nosso município.

JP- E na opinião da senhora, o Centro Oncológico funciona bem? 


Ivanir- O trabalho desses médicos está muito sério e bom. Outro dia fomos convidados a participar de uma reunião no hospital, onde eles apresentaram todo o projeto, desde a construção até o tratamento clínico que pretendem realizar. Estamos muito confiantes no trabalho dessa equipe. Esperamos que, em breve, Três Lagoas possa oferecer todo o atendimento na área de oncologia para que o paciente não tenha necessidade de se deslocar para Barretos ou Campo Grande.

JP- A Rede Feminina acompanha o funcionamento das casas de apoio que são mantidas pela Prefeitura em Barretos e Campo Grande? 
Ivanir- A rede acompanha as duas casas e os pacientes são bem assistidos. A Prefeitura mantém funcionários para cuidar e administrar esses locais, que são muito importantes para quem não tem condições de pagar um hotel. Antes essas pessoas ficavam em abrigos de ônibus, nos bares e nas lanchonetes esperando, agora não. A nossa funcionária da Rede prepara o lanche para os pacientes levar, mandamos para as duas casas.

JP- Qual é o gasto que a Rede tem para manter esse trabalho?
Ivanir- Gastamos entorno de R$ 20 mil por mês. O gasto não é maior porque ganhamos muitas doações. As pessoas acreditam muito na seriedade do trabalho. Recebemos R$ 2 mil por mês da Prefeitura. A prefeita já mandou a gente arrumar documentação para aumentar a verba. Têm empresas que nos ajudam muito também com doações.

JP- Inclusive, no próximo dia 28 será realizado o 8º Leilão Beneficente de Gados e Utilidades?
Ivanir- Isso. Quem tiver alguma prenda, algum objeto, animal, entre outros para doar, estamos recebendo. Quem não puder trazer, pode nos ligar que vamos buscar. A entrada para o leilão é apenas R$ 15, a pessoa participa e ainda saboreia um delicioso jantar. Ganhamos, inclusive, um violão autografado pelo Bruno e Marrone, que será leiloado no dia.

JP- Como à senhora destaca o trabalho voluntariado?
Ivanir-É muito gratificante. Apesar de administrar a família, casa, paralelamente administro a rede. Gosto muito de estar aqui. Posso estar cansada e preocupada, venho para cá e esqueço tudo. Muitas pessoas ficam preocupadas em ganhar dinheiro e em se aposentar, mas o ego não fica realizado. Eu, particularmente só me realizo fazendo alguma coisa quando beneficio alguém. É importante quando alguém estiver triste em casa, sem fazer nada, que procure uma ocupação.  É muito prazeroso poder fazer alguma coisa que possa beneficiar e ajudar o próximo.