Durante o Interagro 2022, evento voltado para o agronegócio que aconteceu em Campo Grande na semana passada, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), disse que no final deste mês será anunciada a instalação, em Mato Grosso do Sul, do maior empreendimento de celulose do mundo. No entanto, não adiantou em qual município será instalado e nem deu mais detalhes do projeto.
“Até o final de junho teremos anunciado em Mato Grosso do Sul o maior empreendimento de celulose do mundo, batendo a Suzano que já está instalando em Ribas do Rio Pardo, gerando enorme oportunidades, emprego, crescimento, incorporações de áreas degradadas e produtivas”, destacou Azambuja.
Segundo fontes do Jornal do Povo, o investimento deve ser feito pela empresa chilena Arauco, que há anos tenta instalar uma indústria de celulose em Mato Grosso do Sul. O grupo já possui, inclusive, eucaliptos plantados em Inocência, onde deve ser instalada a fábrica.
No entanto, Água Clara e Aparecida do Taboado também estariam no radar para a instalação da indústria, já que para ter um empreendimento como este se faz necessária toda uma infraestrutura, desde escolas, unidades de saúde, segurança pública, sem contar a questão de logística de onde será implantada a fábrica até as áreas onde estão as florestas.
Se concretizada, esta pode ser a quinta unidade de celulose em MS. Duas unidades da Suzano estão em operação em Três Lagoas e uma em construção em Ribas do Rio Pardo. A Eldorado Brasil também mantém sua única fábrica em operação em Três Lagoas.
Embora não tenha sido resolvida a questão de compra de terras brasileiras por estrangeiros, a Arauco pode tranquilamente instalar sua fábrica no Brasil, já que ela compraria o maciço florestal de terceiros. Segundo fontes do JP, já tem uma empresa entrando em contato com proprietários de áreas rurais em busca de arrendamento de terras nessa região da Costa Leste. Outra questão que será levada em consideração para a instalação da indústria é o rio, já que a fábrica necessita de água para a sua produção.
O secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Jaime Verrucke, disse que devido acordo de confidencialidade, não pode dar detalhes sobre esse empreendimento.
No entanto, durante evento do Três Lagoas Florestal realizado no final do mês passado na cidade, Verruck disse que Mato Grosso do Sul comporta até mais duas indústrias de celulose do porte da fábrica da Suzano, em Ribas do Rio Pardo. “O Estado tem 8 milhões de produção de celulose e comporta até 15 milhões”, declarou. O mesmo foi dito pelo diretor Executivo da Reflore-MS, Dito Mário, que reforça a necessidade de melhorar a questão de logística em Mato Grosso do Sul, como as estradas vicinais e as rodovias, citando como por exemplo, a importância de se duplicar a BR-262. Outra questão analisada por ele, é a necessidade de se ter mão de obra qualificada para atender a demanda dessas indústrias, uma das dificuldades que o Estado vem enfrentando.
O governo do Estado também vem trabalhando para diversificar a cadeia produtiva de florestas em Mato Grosso do Sul. No final do mês passado, o governo lançou o Plano Estadual para o Desenvolvimento Sustentável de Florestas Plantadas de Mato Grosso do Sul. O Plano é uma importante ferramenta estratégica de estímulo ao desenvolvimento do setor de base florestal no Estado que catalisou o crescimento setorial, em especial aos segmentos consumidores de madeira de eucalipto para processo, com predominância para a indústria de celulose.
Mato Grosso do Sul conta atualmente com três fábricas de celulose instaladas e em operação no município de Três Lagoas: uma da Eldorado Brasil, com capacidade de produção de 1,8 milhão de toneladas de celulose por ano; duas da Suzano, que produzem 3,25 milhões de toneladas por ano. A Suzano iniciou a construção de mais uma fábrica no Estado, em Ribas do Rio Pardo, que será a maior planta industrial de celulose do mundo, produzindo 2,55 milhões toneladas/ano.