Segundo dados do Programa Municipal de Controle à Tuberculose e Hanseníase, em Três Lagoas, o número de diagnósticos positivos para hanseníase está sob controle. O levantamento aponta que, nos últimos três anos, 38 pessoas tiveram a doença. E em 2023, houve uma redução de 58% de infecções em comparação ao ano anterior, apenas sete pessoas contraíram a doença.
A hanseníase é uma doença crônica e infectocontagiosa, que ataca, principalmente, a pele e o sistema nervoso. A contaminação ocorre pelas vias respiratórias. Uma pessoa precisa estar exposta a uma grande carga de bactérias, por um período prolongado, até que elas comecem a agir no organismo. Em muitos casos, o sistema imunológico age imediatamente e elimina as bactérias de forma imediata.
De acordo com a dermatologista Maria Angélica Gorga, há duas possibilidades ao ter contato com a bactéria que transmite a hanseníase. A primeira, ao ser contaminado pelo vírus a maioria dos organismos das pessoas desenvolvem uma defesa automática que destrói a bactéria. Já na segunda, tem pessoas que o organismo possui dificuldade para fabricar a defesa, podendo contrair a doença e levar até 10 anos para descobrir.
A dormência e a falta de sensibilidade em regiões onde há ligações do sistema nervoso, como braços e pernas, é o primeiro sinal de que a pessoa pode estar infectada pela doença. As manchas brancas ou avermelhadas começam a surgir após um tempo, quando a bactéria evolui para a parte externa do corpo, se elas durarem mais de seis meses, é mais um sinal de hanseníase.
A doença, quando não tratada, pode prejudicar as funções motoras, como o movimento das mãos e pés, por exemplo. Quanto mais cedo o diagnóstico, mais rápido ocorre o tratamento da doença.
A hanseníase é uma doença milenar, anteriormente conhecida como lepra e que por muitos anos não havia cura. Atualmente, com o avanço da ciência, quem desenvolve a patologia e faz o acompanhamento médico pode se recuperar da infecção.
No Brasil, todo o tratamento está disponível de forma gratuita pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Apesar do avanço no tratamento e a descoberta da cura, a hanseníase ainda é uma doença que sofre estigmas. Esse é um dos motivos pelos quais há a campanhas como a do "Janeiro Roxo", que trabalha a conscientização sobre a doença.
Confira na reportagem abaixo: