Um morador é diagnosticado com HIV a cada dois dias em Três Lagoas. O dado é do Programa Municipal de Infecções Sexualmente Transmissíveis, Hepatites Virais e Aids (IST-HIV/Aids).
A pasta revelou também, que o índice de pessoas em tratamento no município atualmente chega 728. O boom de confirmações da doença de janeiro a 27 de fevereiro chamou atenção do Programa. Foram 22 casos somente em janeiro – quase um por dia – e quatro em fevereiro.
Neste mesmo período no ano passado, segundo o enfermeiro e coordenador do programa, Jessé Milanez dos Santos, Três Lagoas registrou apenas seis casos. "Atribuímos, principalmente, ao período de festas de fim de ano e as viagens desta época, com muita gente visitando outras cidades e nós recebendo turistas", avalia Santos.
Em todo o ano passado, 111 novos casos de pacientes com HIV foram contabilizados no município. Noventa e um no ano anterior e 76 em 2016. Um aumento de 46% em dois anos.
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PERFIL
Dos 26 novos casos confirmados no primeiro bimestre deste ano, em Três Lagoas, 21 foram em homens. A maioria deles com idade entre 30 e 40 anos. Mulheres nesta faixa etária também lideram.
A incidência entre os homens com 19 a 29 anos também é assustadora. Para o coordenador do programa, a falta do uso do preservativo é ainda um problema cultural entre os jovens.
"O que observamos é que os jovens têm o conhecimento, a informação e o acesso aos métodos contraceptivos, mas, por preconceito e 'rótulos' culturais, não usam a camisinha na 'hora H'", Pontua.
Estima-se que 866 mil pessoas vivem com o HIV no Brasil. De acordo com o Boletim Epidemiológico de HIV e Aids divulgado no final do ano passado, a epidemia no Brasil está estabilizada, com taxa de detecção de casos de Aids em torno de 18,3 casos a cada 100 mil habitantes, em 2017. Isso representa 40,9 mil casos novos, em média, nos últimos cinco anos.
