Leandro Campos da Silva, 31 anos, foi morto a facadas em um bar situado na Circular da Lagoa, neste fim de semana. O crime ocorreu por volta das 20h30 de sábado (24), quando a vítima teria se desentendido com uma outra pessoa, ainda não identificada pela polícia.
De acordo com o delegado titular da 1ª Delegacia de Polícia, Eraldo de Azevedo Coelho, ainda não foi apurado o possível motivo do crime. “O que se sabe, pelo menos por enquanto, é que a vítima estava no bar, discutiu com outro cliente e este o esfaqueou. Também não sabemos o grau da relação entre os dois [amigos, conhecidos, estranhos]”, disse.
A princípio, Leandro teria sido vítima de quatro facadas: três na região do tórax e uma no pescoço. Entretanto, o delegado alerta que é necessário aguardar o laudo da perícia para confirmar o dado.
Ele explica que a vítima chegou a ser socorrida pela equipe de resgate, mas morreu após dar entrada no Hospital Nossa Senhora Auxiliadora.
Em entrevista à reportagem do Jornal do Povo, o delegado explicou que não pode entrar em detalhes sobre o caso. Ele alega que as investigações estão acontecendo em parceria com a Delegacia de Investigações Gerais (Dig), “mas que qualquer informação poderia prejudicar o trabalho da Polícia Civil”, justifica.
INVESTIGAÇÕES
De acordo com o delegado Regional, Vitor Lopes, dos crimes registrados na Cidade neste começo de ano apenas um foi esclarecido e o acusado já está preso. O caso é o da morte de Roque Salles Albuquerque, 69 anos, assassinado a golpes de cavadeira pelo enteado – que já está preso. “O restante permanece em investigação”, completa.
Neste grupo está o homicídio do adolescente de 16 anos, em um bar na Vila Nova, também registrado no dia 20. De acordo com Lopes, a Polícia Civil possui um suspeito para o crime. “No entanto, ainda se faz preciso confirmar esta suspeita antes de se divulgar detalhes”.
Na mesma situação estão outros dois crimes, também ocorridos em bares: o da Vila Verde – cujo nome do suspeito já foi repassado à polícia, mas ele ainda não foi encontrado – e o mais recente de todos, em que, conforme Vitor, existe um suspeito, mas que também não foi detido.
Apenas um dos crimes registrados neste ano permanece um mistério para a polícia. Trata-se do assassinato de Marcelo de Souza Diniz, 33 anos, executado com três tiros quando saia do presídio de regime Semi-Aberto, no último dia 8. “Neste caso, há suspeitas de envolvimento com o tráfico, mas não temos pistas sobre possíveis suspeitos”, disse. Marcelo foi a primeira vítima deste ano.
COMPARATIVO
Conforme dados da Delegacia Regional de Três Lagoas, este seria não apenas o quinto, mas o sexto homicídio doloso registrado neste ano. “No dia 1º registramos uma morte no trânsito em que o autor, além de cruzar a preferencial, ainda estaria sob o efeito de bebidas alcoólicas. Por conta disto, ao invés de responder, por homicídio culposo (sem intenção), o motorista deverá responder por doloso, já que mesmo que não houvesse a intenção, ele não se preocupou com o resultado de suas ações”, explicou o delegado regional Vitor Lopes.
A estatística é bem diferente se comparada ao mês de janeiro do ano passado. Naquele mês, a Polícia Civil registrou um único assassinato – quatro a menos que neste mês.
Ao todo, 28 pessoas foram assassinadas em Três Lagoas em 2008: janeiro (1), fevereiro (2), março (3), abril (1), maio (4), junho (2), julho (2), agosto (1), setembro (2), outubro (2), novembro (3) e dezembro (5).
“Na verdade, estamos mantendo a mesma média em relação a dezembro do ano passado”, disse Vitor Lopes, que admite: “o mês ainda não terminou”.
Para o Regional, os crimes de homicídio registrados na Cidade até o momento seriam praticamente impossíveis de serem evitados. “Até agora registramos crimes de envolvimento com o tráfico de drogas, problemas de ordem familiar e desavenças em bares, com o atenuante do excesso de bebidas alcoólicas. Todos difíceis de serem previstos. A Polícia Militar (PM) pode ter acabado de passar pelo bar, em seguida, surge uma briga e o resultado é alguém ferido ou morto. É muito rápido”, disse.
Lopes informou que todos os casos estão sob a investigação dos agentes da Dig e, alguns deles, próximos de serem solucionados.