A Secretaria Municipal de Saúde divulgou nota e afixou cartazes em pontos estratégicos a fim de informar à população que, a partir desta segunda-feira, as clínicas especializadas – Clínicas da Criança e da Mulher, Saúde do Trabalhador, Centro de Especialidades Médicas (CEM), Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) e Centro de Cirurgia e Diagnóstico (CCD) – iriam funcionar nos períodos matutino e vespertino, das 7h às 11h e das 13h às 17h. No entanto, em reunião realizada na tarde de ontem, ficou determinado que os atendimentos permaneceriam das 6h às 18h, sem intervalo para almoço – como era antes da mudança no horário de atendimento da administração municipal. As 12 horas de funcionamento foram garantidas através de remanejamento dos profissionais dessas unidades especializadas de saúde.
Três Lagoas
Horário de trabalho de servidores da saúde é alterado
Todos os funcionários da saúde vão trabalhar 8h diárias, a partir desta segunda-feira
Segundo a secretária de Saúde Pública, Eliane Brilhante, até então os profissionais eram divididos em duas equipes, com turnos de seis horas corridas. O remanejamento, porém, visa igualar o horário de trabalho dos servidores municipais da área da saúde já que nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), Estratégia de Saúde da Família (ESF) e postos de Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde (EACS) a jornada dos funcionários é de 8h. “Havia funcionários das clínicas especializadas descontes em trabalhar duas horas a mais em relação aos colegas das UBS, ESF, EACS, e ganhar o mesmo salário”, informou Brilhante.
A mudança no horário foi motivada também devido à indignação de muitos pacientes. No período da manhã, antes da retomada no atendimento normal, a equipe do JP esteve no CEM. Entre os entrevistados, estava a aposentada Joaquina Moreira Ferreira, 64. Moradora da Vila Zucão, ela conta que, com o horário atual de atendimento, já existem filas longas na farmácia do Centro de Especialidades Médicas (CEM). “Imagina depois de diminuir o horário de atendimento. Isso aqui vai virar um tumulto”, arriscou.
Além dela, a assistente social Maria Lúcia Castro, 39, sempre aproveita o horário de almoço para ir até o CEM. “Esse novo horário vai me atrapalhar muito”, disse. Ela reclamou também que no Centro há poucos funcionários para atender a demanda. “Esperei mais de uma hora em pé para ser atendida. Isso é desumano”, completou.
HORÁRIOS
Segundo Brilhante, com as 12 horas de atendimento e o rodízio de funcionários em 8h diárias de trabalho, as clínicas terão mais servidores à disposição da população. Assim, reclamações como a de dona Joaquina e Maria Lúcia serão sanadas.
Para coordenar o trabalho dos servidores, será feito um cronograma individual com horários de entrada e saída dos trabalhadores.
FALTA DE MEDICAMENTO
A aposentada por invalidez, Nice Teixeira, 58, disse à equipe de reportagem do Jornal do Povo, que faz uso diário de remédios controlados, os quais retira na farmácia do CEM. Porém, segundo ela, é comum o medicamento estar em falta. Outra pessoa que reclamou da falta de remédio foi a aposentada Maria Aparecida Rodrigues, 70. Ontem, ela foi até a farmácia buscar calmante, mas a atendente informou esse medicamento está em falta. “Como vou comprar remédio se a minha aposentadoria vai toda em alimentação, água e luz”, disse inconformada.
Ao ser questionada sobre a situação, a secretária de saúde garantiu que não há falta de remédios nas farmácias municipais.