O Hospital Auxiliadora de Três Lagoas recebeu recentemente o Selo Ouro de Qualidade, do Programa CQH (Compromisso de Qualidade Hospitalar), pelo segundo ano consecutivo. O hospital foi a única instituição do Estado a conquistar esse selo, possível pela avaliação que resultou na pontuação de 388,32, representando a excelência do atendimento. O Programa do CQH é mantido pela APM (Associação Paulista de Medicina) e CREMESP (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo), afiliados ao FNQ (Fundação Nacional da Qualidade) e EFQM (Europe Foundation for Quality Management). Na entrevista da semana, o Jornal do Povo conversa com o diretor administrativo do hospital, Eduardo Otoni, que fala desta conquista, do volume de atendimento e da situação financeira do Auxiliadora.
Jornal do Povo – Como o diretor administrativo do Hospital Auxiliadora analisa essa melhoria na qualidade do atendimento e o número de internações?
Otoni- A população já reconhece essas melhorias. Além disso, conforme os dados oficiais do Ministério da Saúde, existem dois programas que medem a produção do hospital. Em ambos, em setembro, o hospital conseguiu bater uma marca histórica, que foi de 803 internações com pacientes do SUS. Nós temos pactuado com o município, cerca de 600 a 700 internações. Há três anos, tínhamos uma produção que não ultrapassava 600 internações.
JP- O Auxiliadora, inclusive, conseguiu melhorar sua posição no ranking de internações?
Otoni-Sim. No semestre, o Hospital Auxiliadora registrou um número maior de internações, passando, inclusive os hospitais universitários de Dourados e Campo Grande. No levantamento anterior, ocupávamos a sexta posição, neste semestre, conseguimos o terceiro lugar no número de internações no Estado do Mato Grosso do Sul. Conseguimos uma marca histórica. Isso para a gente, aliada a qualidade e pesquisa que é feita pelos auditores do município, a qual aponta que 88% dos usuários que passaram pelo hospital, consideram o atendimento ótimo e bom, é muito importante.
JP- Isso significa que muitos pacientes, não só de Três Lagoas, mas de toda a região, que antes buscavam atendimento em Campo Grande, ou em outros locais, agora procuram atendimento no Hospital Auxiliadora?
Otoni- É verdade , na reunião dos representantes da Comissão Intergestores do Progresso (CPI), existem atas lavradas em que comprovam, que as pessoas não querem ir mais para Campo Grande , Andradina, Araçatuba em busca de atendimento médico. Elas estão ficando aqui. Outros dados revelem que, pacientes dessas cidades estão vindo para Três Lagoas. Os municípios da nossa macrorregião, que é Água Clara, Inocência, Selvíria, Cassilândia e Aparecida do Taboado, por exemplo, em nove meses, já encaminharam para o Hospital Auxiliadora, mais pacientes do que no ano passado inteiro. No contrato que regula o atendimento com o município de Água Clara, por exemplo, está prevista 174 internações. Até setembro, no entanto, já internamos 191 pacientes, e a projeção é fechar o ano com 255 internações. Isso ocorre em relação aos demais municípios também, além dos próprios pacientes de Três Lagoas.
JP- Esse volume de atendimento acaba gerando um déficit financeiro?
Otoni- Sim, esse volume de atendimento gera despesas acima do valor previsto em contrato. Atualmente recebemos R$ 2,7 milhões para atendermos os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), recursos oriundos do Município, Estado e União. Além disso, contamos também com faturamento de convênios. Mas, devido ao volume de atendimento, temos registrado um déficit de R$ 600 a R$ 700 mil por mês. Por esse motivo, estamos pleiteando um aporte financeiro no valor de R$ 600 mil a R$ 700 mil a mais para continuarmos atendendo com qualidade a todos os pacientes.