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Três Lagoas

Hospital fará empréstimo para honrar compromissos

Aumento no número de atendimentos pelo SUS gerou uma dívida mensal de R$ 500 mil

Arquivo/JP - Hospital tem um déficit mensal de R$ 500 mil
Arquivo/JP - Hospital tem um déficit mensal de R$ 500 mil

O Hospital Auxiliadora chegou ao limite, e está encontrando enormes dificuldades financeiras para honrar os compromissos e continuar atendendo aos pacientes pelo  Sistema Único de Saúde (SUS). Conforme já noticiado pelo Jornal do Povo, os médicos que atendem no hospital prometem suspender os atendimentos eletivos aos pacientes do SUS, devido aos frequentes atrasos nos pagamentos. Além disso, querem uma garantia da direção do hospital, de que isso não continuará correndo.  Ontem, o médico Paulo Veron da Mota, informou que os médicos receberam pelos seus serviços o valor do trabalho prestado no mês passado. Mas, aguardam um posicionamento do hospital garantindo pagamentos sem atraso.

Diante das dificuldades de garantir o pagamento de despesas fixas de manutenção e funcionamento do hospital, considerando que os recursos que dispõe não estão sendo suficientes, porque o aumento de pacientes atendidos é grande, o Auxiliadora quer que a prefeitura reajuste o convênio ou faça um termo aditivo de valores para compensar as perdas estão sendo impostas pelo próprio convênio que estabelece o atendimento à pacientes do SUS. Simultaneamente, direção do Hospital Auxiliadora está tentando contrair um empréstimo junto às instituições bancária no valor de R$ 2 milhões, para r honrar os compromissos, não só commédicos, mas com fornecedores e funcionários. Segundo o diretor administrativo do hospital, Eduardo Otoni, esse recurso traria um “alivio” momentâneo até o final do ano, quando vence o Termo de contratualização do hospital com o município, quando, então, deverão ser revistos valores.

DIFICULDADES

Conforme divulgado, o hospital está pleiteando um aporte financeiro ao contrato para continuar prestando atendimento aos pacientes do SUS. Há oito meses o Hospital Auxiliadora trabalha no vermelho e encontra dificuldades para fechar suas contas ,as quais aumentaram substancialmente devido ao crescimento no atendimento de pacientes do SUS.

De acordo com o diretor, há dois anos, o hospital atendia por mês pelo SUS, no Pronto Socorro, cerca de 500 pacientes. Atualmente, atende mais de três mil pacientes mensalmente.  Antes, o Auxiliadora realizava cerca de 560 internações, atualmente, interna  800 pacientes por mês. “A taxa de ocupação aumentou, assim como os demais atendimentos.

MOTIVOS

Em razão do atendimento ter melhorado, as pessoas passaram a procurar os nossos serviços, embora, os recursos que recebemos pelo SUS continuem os mesmos e estão em desacordo com o número de pacientes atendidos”, destaca Eduardo Otoni.

Anteriormente, o Auxiliadora recebia R$ 1,6 milhão, por mês, para atender aos pacientes do SUS. Atualmente, o hospital recebe R$ 2,7 milhões/mês para continuar prestando esse atendimento. Entretanto, o hospital alega que, para cobrir as despesas que tem para atender pacientes do SUS, o repasse que vem das três esferas, a municipal, estadual e federal, deveria ser de R$ 3,2 milhões. Ou seja, o hospital tem um déficit de R$ 500 mil todo mês. Está, por esse motivo, fechando as contas no vermelho, porque o repasse não está compatível com o número de atendimentos. Atualmente, o hospital Auxiliadora acumula uma dívida de R$6 milhões.

ALTERNATIVA

A alternativa encontrada pela direção do hospital para resolver momentaneamente essa situação, é contrair este empréstimo de R$ 2 milhões para conseguir quitar os compromissos até o final deste ano. Mas, até para contrair esse empréstimo está dependendo de uma assinatura da prefeitura, que daria a oportunidade para o hospital contrair empréstimo a juros menores, porque a administração municipal repassa recursos do SUS e da Secretaria de Saúde ao hospital. Segundo Otoni, a prefeitura fixou o prazo de até quarta-feira, dia 4, para dar uma resposta ao hospital sobre este empréstimo.

Três Lagoas arca sozinha com atendimento de pacientes dos municípios vizinhos

O aumento no atendimento oferecido aos pacientes do SUS no Auxiliadora, está relacionado também a grande quantidade de pacientes que vêm de outros municípios vizinhos e que estão sendo atendidos no hospital. Além de Três Lagoas, o Auxiliadora atende também pacientes dos municípios da região do Bolsão, que antes iam para Campo Grande, mas que atualmente preferem ser atendidos em Três Lagoas, cidade que fica mais próxima do que Campo Grande, por causa da melhoria na qualidade dos serviços  médico hospital. 

O grande problema é que as prefeituras desses municípios não dão nenhuma contrapartida financeira para o hospital atender os pacientes que vem de suas cidades. Três Lagoas acaba tendo que arcar sozinha com as despesas de atendimentos de pacientes de outros municípios. Além disso, os repasses feitos para atender aos pacientes do SUS estão defasados, uma vez que são calculados com base no número de habitantes, conforme dados do IBGE. O problema é que, o último censo é de 2010 e a contagem deste ano, foi prorrogada. Além disso, Três Lagoas apresenta uma população flutuante muito grande que não é contabilizada pelo IBGE, mas que é atendida  pelas nas unidades de saúde de Três Lagoas, caso o paciente não tenha um plano de saúde.