A expectativa de vida ao nascer no Brasil, em 2022, ficou em 75,5 anos, segundo dados das Tábuas da Mortalidade, divulgados nesta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O dado que projeta a longevidade dos brasileiros teve uma recuperação parcial no ano passado após dois anos seguidos de quedas em 2021 e 2020, quando a pandemia de Covid-19 fez milhares de vítimas.
Os números preliminares apontam que a expectativa de vida em 2020 foi de 74,8 anos, portanto, dois anos a menos do que o estimado anteriormente, de 76,8 anos. Em 2021, ano da pandemia com mais mortes, a projeção foi de 72,8 anos, ou seja, 4,2 anos a menos que os 77 anos publicados na divulgação passada.
Em Três Lagoas, temos exemplos de que a expectativa de vida do brasileiro aumentou, e o melhor de tudo, com saúde. Nesta semana, a TVC exibiu duas reportagens especiais com idosos que são exemplos do que é envelhecer com saúde e muita disposição.
Dona Albina
Em um país em que a expectativa de vida, segundo o IBGE, é de 75 anos, passar do centenário é realmente divino, principalmente quando se chega com saúde e muita lucidez. É o caso da idosa Albina de Souza Silva, moradora do bairro Vila Nova, em Três Lagoas.
Pelo terceiro ano consecutivo, a nossa equipe de reportagem visitou a dona Albina no mês do seu aniversário.
Em 2021, mostramos a idosa com 103 anos ainda costurando em sua máquina. Ela adorava fazer tapetes e consertar as próprias roupas. Em 2022, já não costurava mais como antes, mas adorava fazer uma tapioca.
Neste ano, voltamos na casa da dona Albina, que completou neste domingo (26), 105 anos, e com muita disposição ainda. Ao chegarmos na casa da idosa, ela estava ajudando a neta que cuida dela, nos afazeres de casa. Com ou sem andador, dona Albina não fica parada, tá sempre fazendo alguma coisa. Ela adora cuidar e aguar as plantas do quintal e fazer a própria comida.
Severiano
Severiano Manoel da Silva é outro exemplo de que os brasileiros estão vivendo mais e com saúde. Ele tem 93 anos, esbanja saúde, disposição e mora no Jardim Glória em Três Lagoas. Há 30 anos o idoso vende picolé nas ruas da cidade.
Ele veio da Bahia para Alto Araguaia (MT) em busca de oportunidades. Depois, há 40 anos, mudou para Três Lagoas, onde reside até hoje. Severiano fala que já passou dos 100 anos, mas no documento consta que ele nasceu em 1930. Ele diz que foi registrado com alguns anos pasados.
Em Três Lagoas, trabalhou em fazendas e depois se mudou para a cidade. Apesar de ter obtido a carteira de trabalho, ele nunca trabalhou registrado, o que impossibilitou de receber aposentadoria. O idoso recebe o Benefício de Prestação Continuada, previsto na Lei Orgânica da Assistência Social (BPC LOAS), no valor de um salário mínimo. Depois que mudou para a cidade, começou vender picolé nas ruas de Três Lagoas, e faz isso até hoje. Ele conta que, além de ganhar uma grana extra, vender picolé é uma terapia. “É muito ruim ficar parado em casa. Na rua, a gente distrai, conversa com um, com outro e passa o tempo. Eu gosto muito de vender picolé”, declarou.