Quem já entrou, ou ao menos passou pela frente da igrejinha de Santo Antonio, em Três Lagoas, não imagina a quantidade de histórias que o local reserva em suas paredes, pinturas, imagens sacras e salas. São 100 anos de história, um século de dedicação ao catolicismo vivo na cidade.
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Pensando em manter fortalecida a história da igrejinha, o Departamento de Cultura de Três Lagoas vem desenvolvendo projeto para efetuar o tombamento de bens históricos, tendo como administradora das ações uma comissão que vem sendo montada e cuidará do projeto envolvendo também o centenário de Três Lagoas a ser comemorado em 2015.
O coordenador de Patrimônio Histórico do Departamento Municipal de Cultura, Rodrigo Pedroso Fernandes, informa que a restauração que mereceria ser feita no local, não será possível no momento, devido ao alto custo da obra, porém busca-se fazer de forma que atenda as necessidades básicas da capela
“Em 2013 a Prefeitura contratou dois especialistas da área de restauração da Unicamp que desenvolveram trabalho de decapeamento para saber quantas pinturas existem, ou seja, que foram feitas no decorrer destes cem anos. Agora a ideia é efetivar este projeto e por fim restaurar a igrejinha”, revela Rodrigo.
Ainda segundo o coordenador, a meta da Administração, por meio do Departamento de Cultura, é também fazer o levantamento de informações históricas.
“Já criamos um acervo, em que os materiais, como fotos, jornais e outros, já foramtriados, restaurados, classificados e catalogados, tudo contando a história da Igrejinha de Santo Antonio e, tudo será levado para um museu a ser instalado no galpão da antiga Noroeste do Brasil (NOB). Mas trata-se de um trabalho delicado e demorado e requer gastos”, cita.
Hoje a Igreja de Santo Antonio está sob a responsabilidade do Bispo José Moreira Basto, e conta com o zelo de José Júlio Barbosa Corrêa.
As missas ocorrem todas as segundas-feiras, das 19h às 20h e dispõe de bancos para a acomodação de 124 pessoas sentadas, além do espaço para acomodar demais que se propõem a ficar de pé.
HISTÓRIA
Em 1913, o bispo de Corumbá, passando por Três Lagoas, emancipa a cidade, criando também a paróquia e igreja inaugurada em 1914, tendo como padroeiro Santo Antonio de Braga, que era português.
No ano de sua inauguração, Três Lagoas era distrito de Sant´Anna do Paranaíba, e a igreja fazia parte do projeto da companhia de Machado de Melo.
A praça em que está a igrejinha, veio a ser edificada em seguida, recebendo a denominação de Praça Noroeste. A área foi doada por Antônio Trajano dos Santos, fundador da cidade. A arquitetura da capela apresenta uma confluência de estilos. Sob forte influência da colônia portuguesa, a parte externa da capela mostra sinais da Arquitetura Romântica e Gótica. Já o interior remete à Arquitetura Barroca de Minas Gerais. Mas chama a atenção a fonte na frente da igreja, com influências japonesas, uma vez que fora construída pela comunidade nipo-brasileira.
Com o decreto lei de tombamento municipal aprovado durante a gestão do então prefeito Lúcio Queirós Moreira, em 1982, a Igrejinha de Santo Antonio torna-se patrimônio histórico de Três Lagoas. O local foi reformado no ano de 1939 e restaurado em 1998.
