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Três Lagoas

Imasul diz que Redes de Percepção de Odor não funcionam

Redes de Percepção de Odor (RPOs) de Três Lagoas não estão funcionando corretamente

Além da rede de percepção, Três Lagoas conta com três unidades de monitoramento -
Além da rede de percepção, Três Lagoas conta com três unidades de monitoramento -

Segundo a fiscal do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul, Délia VillamayorJavorka, as Redes de Percepção de Odor (RPOs) de Três Lagoas não estão funcionando corretamente. A conclusão foi baseada no fato que aconteceu em setembro desse ano, quando Três Lagoas registrou um forte odor em sua atmosfera, provocando dor de cabeça, náuseas e mal estar em dezenas de pessoas.

No dia desse episódio, conforme a fiscal do Imasul, apenas seis pessoas, que compõe as Redes de Percepção de Odor, ligaram para reclamar, que estava insuportável em algumas regiões da cidade. Para reforçar a conclusão de que as redes não estão funcionado, Délia disse que, logo após o ocorrido, o Imasul realizou uma reunião com os integrantes das duas RPOs, compostas por aproximadamente 70 pessoas, e dessas, apenas 18 compareceram.
 
De acordo com a fiscal do Imasul, a Fibria já treinou cerca de 400 pessoas. Porém, 35 compõe a rede da empresa atualmente. Já a rede da Eldorado tem aproximadamente 30 pessoas inscritas e treinadas. “Podemos dizer, então, que temos 70 pessoas treinadas e fazendo parte das redes, mas os integrantes não estão comprometidos com a causa da maneira que deveria ser para que a rede funcione de fato”, comentou.
 
Depois da reunião, o Imasul entrou em contato com todas as pessoas que compõe as RPOs para saber quem tinha sentido o odor. “Para a nossa surpresa, todos tinham sentido o odor, mas apenas seis pessoas entram em contato com as empresas para reclamarem”, comentou.
 
Para Délia, a falta de iniciativa mostra que os integrantes que compõem a rede, que é formada por pessoas da comunidade, não estão interessados em participar. “A rede é um excelente instrumento, pois se ela funcionar da maneira correta, a empresa consegue melhorar a operação e as emissões através das reclamações dessas pessoas”, salientou.
 
As RPOs são formadas por pessoas da comunidade, e é um instrumento importante para identificar e monitorar as emissões de odor das fábricas de celulose de Três Lagoas.A primeira rede foi formada pela Fibria, depois de um incidente também registrado na unidade fabril. Por meio dessas RPOs, as pessoas passaram por capacitação para conhecer o processo produtivo, a fim de que possam identificar os odores provenientes da produção de celulose.