O projeto de expansão da fábrica da Internacional Paper (IP) em Três Lagoas ganhou reforço com a ampliação do período de incentivos fiscais. A prorrogação dos incentivos foi formalizada pelo governador André Puccinelli (PMDB), por meio de termo aditivo. Ontem, o governador recebeu o presidente da IP Na Europa, Oriente Médio, África e Rússia, Jean Michel Ribiéras, e o novo presidente da Internacional Paper América Latina, Glenn Landau, que substituiu Máximo Pacheco.
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O aditivo foi assinado em cerimônia na Governadoria com a presença da vice-governadora e secretária de Governo, Simone Tebet; o gerente de Relações Governamentais da IP América Latina, Eduardo Fonseca; do secretário de Fazenda, Jader Rieffe, e dirigentes da Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (FIEMS) e Senai.
De acordo com o gerente de Relações Governamentais da IP América Latina, Eduardo Fonseca, a prorrogação dos incentivos fiscais reforça o projeto de expansão da fábrica de Três Lagoas, que será apresentado em agosto à diretoria da companhia em Memphis (EUA). A IP pretende investir US$ 300 milhões em uma segunda máquina, que será empregada na fabricação de offset, para o setor gráfico (cortados e em bobinas). Hoje, a IP produz papel cortado, não revestido.
“Aqui temos apoio do governo do Estado e pessoas dedicadas. Temos 80% dos nossos recursos humanos daqui do Estado, graças à parceria com o Senai e Fiems. Muitos são jovens dedicados ao trabalho. Agora, com a prorrogação dos incentivos fiscais, temos a possibilidade de expandir os negócios. Poderíamos escolher qualquer outro lugar (Mato Grosso, Índia, China), mas optamos por Mato Grosso do Sul pelo grande apoio e parceria que temos e um bom diálogo com o governo e prefeitura”, afirmou Ribiéras.
A decisão sobre os investimentos da IP já passou por análises sobre a variação cambial e pesquisa de mercado. Com a ampliação, vai ingressar no mercado de papel destinado ao setor gráfico, fornecendo bobinas.
No ano passado, a companhia entrou no mercado de embalagens, mas a fábrica de Três Lagoas manterá sua linha de produção voltada ao segmento de papel sulfite (Chamex), com a projeção de entrada no mercado do setor gráfico, com papel cortado e em bobinas (Chambril). No ano passado, a companhia investiu US$ 500 milhões na compra de ativos da Jari Celulose Papel e Embalagens, empresa do Grupo Orsa. A transação resultou na criação de uma joint venture, que já opera desde janeiro.
O negócio dá suporte à estratégia da IP de crescimento quanto à sua presença global no setor de embalagens a fim de melhorar ainda mais os serviços aos seus clientes ao redor do mundo. A IP está presente em 24 países e emprega, hoje, em todo o mundo, 68 mil funcionários. No Brasil, são 2.600, mas o quadro deve chegar a 5.500 com a joint venture e as ampliações. Na fábrica de Três Lagoas, o quadro de empregados diretos deve saltar dos atuais 220 para 440. Os terceirizados aumentariam de 140 para 280.
A fábrica da IP em Três Lagoas, única construída “do zero” fora dos Estados Unidos, registrou recorde de produção no ano passado, extrapolando a capacidade instalada de 200 mil toneladas/ano. Foram produzidas mais de 230 mil toneladas de papel em 2012. Toda a matéria-prima é adquirida ao lado, da fábrica de celulose da Fibria, por força de contrato, que prevê a agregação de valor à celulose produzida no município pelos próximos 90 anos. Segundo o gerente geral da fábrica, 90% da produção de papel são destinados ao mercado interno. Outros 10% à América Latina.
