A pavimentação asfáltica em Três Lagoas tem sido prejudicada com as obras de saneamento básico executadas em ruas e avenidas. Os serviços de instalação de redes de água e esgoto ou de manutenção das redes existentes são necessários e importantes. O problema é que, para executar as obras, a Empresa de Saneamento Básico de Mato Grosso do Sul (Sanesul), ou empreiteiras contratadas, fazem cortes no asfalto e não procedem a recuperação do pavimento, deixando para trás pontos com desnível.
O problema não é novo. Basta analisar a situação do pavimento de algumas ruas para verificar o desnivelamento, como por exemplo, trechos das ruas João Gonçalves de Oliveira, Egídio Thomé e Clodoaldo Garcia, entre outras.
Desde setembro, ruas do bairro da Lapa tiveram o asfalto cortado para a instalação de redes de esgoto. Algumas ficaram cheias de buracos por vários dias. A empresa responsável pela obra iniciou o fechamento, mas não concluiu. As ruas David Alexandria e Oscar Guimarães estão esburacadas.
A Sanesul, inclusive, determinou que a empresa contratada parasse as obras até concluir o fechamento dos buracos. No entanto, o asfalto continua prejudicado.
O gerente regional da Sanesul na cidade, Gilmar Tabone, justificou que o contrato da obra não é de responsabilidade da estatal, mas da Secretaria Estadual de Infraestrutura com o governo federal. No entanto, disse que a Sanesul tem fiscalizado a obra.
CONTRATO
O contrato para que a Sanesul continue explorando o serviço de água e esgoto no município, renovado no final de 2010 por mais de 30 anos, tem sido questionado, já que prevê o fechamento de buracos dos cortes no asfalto no prazo de cinco dias. Em alguns casos, as ruas ficam esburacadas por mais tempo causando transtornos a usuários e danificando veículos.
O secretário municipal de Infraestrutura, Ricardo Cobianchi, disse que considera esse um grande problema que a cidade vem enfrentando, mas que a prefeitura tem acompanhado a situação e já até enviou ofícios para a empresa cobrando providências. “Já cobramos para que seja feita a compactação correta. Se isso não é feito, o pavimento fica com desnível”, disse.
Tabone alega que a Sanesul tem cumprido prazos previstos no contrato e feito o trabalho de compactação das vias da maneira correta. Quando necessário, disse que é feita a cobrança para que empreiteira contratada para executar a reposição do pavimento faça “um bom trabalho”. Entretanto, reconhece que o asfalto não fica como antes. “O pavimento nunca vai ficar igual”, disse.
Moradores reclamam de obra inacabada
A importância da instalação da rede de esgoto ninguém questiona. No entanto, moradores do bairro da Lapa estão insatisfeitos com a situação em que se encontram as ruas.
A aposentada Valdomira Antônia de Queiroz mora há 20 anos na rua Oscar Guimarães , perto da esquina com a rua David Alexandria. Ela disse que ficou feliz quando as obras foram iniciadas, porque não teria mais a necessidade de utilizar fossa. “É ótima a rede de esgoto. O problema é que não terminaram o serviço, deixaram as ruas cheias de buracos. Além disso, quando tapam os buracos, fazem um serviço mal feito”, reclamou.
A mesma opinião tem Iara da Silva Azambuja, também moradora na rua Oscar Guimarães, próximo da Eurídice Chagas Cruz. Ela também não questiona a instalação da rede de esgoto porque entende ser necessária. Porém, também reclama da obra inacabada. “Volta e meia quase acontece acidentes aqui devido às valetas. Se começou a obra, deveria ter concluído. A rede de esgoto é importante porque não vamos mais precisar esvaziar a fossa. Na outra casa, não tinha mais espaço para construir fossa. É importante o esgoto, mas deveria terminar a obra”, acrescentou.