As acusações de homicídio simples e corrupção de menores foram aceitas pelos jurados que atuaram no julgamento da cabeleireira Joice Espíndola da Silva, realizado nesta quarta-feira (21), no Fórum de Três Lagoas. Ela foi condenada a sete anos de prisão, mas poderá cumprir a pena inicialmente em regime semiaberto, com o uso de tornozeleira eletrônica, porque a cidade não possui presídio feminino adequado.
Não há data precisa para ela deixar a cadeia, o que deve ocorrer somente quando a Secretaria estadual de Justiça disponibilizar a tornozeleira. O órgão não fez previsão.
Joice era acusada de matar o vendedor de tijolos Camilo de Freitas, durante uma briga de rua, em maio do ano passado, em um bairro da zona Norte de Três Lagoas. A segunda acusação era resultado de uma suposta participação de um filho dela, de 16 anos, no crime.
A sentença saiu após mais de meia hora de reunião do conselho de sentença, composto por seis mulheres e um homem. A condenação pelo homicídio foi de 6 anos, numa faixa que chega ao limite de 20, e de mais um ano pelo crime envolvendo menor. Joice já cumpriu um sexto da pena, desde a prisão em maio do ano passado, e foi beneficiada pelo semiaberto.
O promotor de Justiça, Moisés Casaroto, que atuou na acusação, disse que o júri concluiu pela desqualificação do crime para homicídio simples. No qualificado, Joice pegaria o dobro da pena.
O advogado assistente de acusação, Nivaldo da Costa Moreira, disse que irá recorrer da sentença ao Tribunal de Justiça, em Campo Grande. Ele também é responsável por um processo com pedido de indenização da viúva de Camilo, Larissa Fontoura, contra Joice, no valor de R$ 1 milhão.
Familiares de Camilo deixaram o Fórum sem falar com a imprensa. O marido de Joice, Jack Douglas da Silva, comemorou o resultado. "Deus é justo. Ela não cometeu o crime intencionalmente. E todos nós sofremos pela morte do Camilo. Agora é voltar à vida normal", disse.
A testemunha Tatiana Barroso Ferreira, de 31 anos, foi retirada do julgamento, acusada de falso testemunho. Ela já estava presa preventivamente por outros crimes, no mesmo presídio onde Joice está desde a época da morte de Camilo.
*Reportagem alterada em 22 de agosto, às 11h20 (MS), para correção e acréscimo de informações.
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