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EDITORIAL

A dor do trânsito irresponsável

Leia o Editorial do Jornal do Povo, na edição que circula neste sábado (9)

Simples ato de ignorar um sinal vermelho ou ultrapassar a velocidade permitida pode ser o que separa a vida da morte.
Simples ato de ignorar um sinal vermelho ou ultrapassar a velocidade permitida pode ser o que separa a vida da morte. | Foto: Arquivo/JPNews

Nos últimos anos, Três Lagoas tem sido palco de uma crescente onda de acidentes de trânsito, e o que mais impressiona não é a quantidade em si, mas as causas que, de maneira alarmante, se repetem: falta de atenção, desrespeito à sinalização e violação das leis de trânsito.

Este cenário já resultou em inúmeras mortes e pessoas com sequelas permanentes. Um dos casos mais recentes e trágicos chama a atenção pela brutalidade: o atropelamento da ciclista Claudeci Pereira Hora, de 61 anos, que teve suas pernas esmagadas por um caminhão enquanto aguardava o semáforo abrir.

O condutor do veículo, informou que não conseguiu visualizar a ciclista devido ao “ponto cego” e, por isso, avançou. A idosa foi socorrida, mas, infelizmente, teve o óbito confirmado no dia seguinte.

Esse trágico acidente evidencia não só a fragilidade das vítimas diante da imprudência alheia, mas também a importância de uma condução mais atenta e cuidadosa, especialmente em locais de grande movimento, como cruzamentos e semáforos.

Sabemos que a falta de visibilidade no trânsito é um risco constante, mas pode ser evitado com atitudes mais conscientes. A vida de Claudeci, assim como a de tantas outras vítimas do trânsito, poderia ter sido salva com um simples gesto de atenção.

Em Três Lagoas, a mobilidade urbana, como em muitas outras cidades do Brasil, tem se tornado cada vez mais complexa. O aumento da frota de veículos, a construção de novos empreendimentos e a expansão do perímetro urbano são fatores que exigem mais cuidados e respeito pelas normas de trânsito.

No entanto, a realidade é que muitas pessoas ainda tratam as regras de circulação como algo dispensável, como se estivessem imunes aos riscos de uma imprudência momentânea.

O simples ato de ignorar um sinal vermelho ou ultrapassar a velocidade permitida pode ser o que separa a vida da morte. Esse comportamento não apenas coloca em risco a vida de quem o pratica, mas também a de outras pessoas que estão ao redor.

Além disso, é impossível ignorar o impacto emocional e social que esses acidentes causam. O caso recente da idosa atropelada é um exemplo doloroso e real de como o desrespeito às regras pode tirar vidas de forma brutal e irreparável.

Para cada vida perdida, há famílias devastadas pela dor. Para cada vítima que sobrevive com sequelas permanentes, há uma vida interrompida de forma irreversível. São histórias que se multiplicam e que, muitas vezes, poderiam ser evitadas com simples atitudes de cautela, respeito e empatia no trânsito.

É preciso entender que nossas ações no trânsito afetam diretamente a vida de outras pessoas.