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Editorial

A rota da droga

Leia o Editorial do Jornal do Povo da edição deste sábado (03)

Apenas nesta semana, mais de 1,2 toneladas de cocaína e maconha transitaram pelas estradas de Três Lagoas. - Foto: Divulgação/Assessoria PF
Apenas nesta semana, mais de 1,2 toneladas de cocaína e maconha transitaram pelas estradas de Três Lagoas. - Foto: Divulgação/Assessoria PF

Três Lagoas está na rota da droga que é enviada para grandes centros do país e portos brasileiros, com destino a países da Europa e das Américas. Duas apreensões nesta semana chamam atenção: uma de 613,6 kg de cocaína e outra de 600 kg de maconha, incluindo o skunk, a maconha de laboratório. Apenas nesta semana, mais de 1,2 toneladas de cocaína e maconha transitaram por nossas estradas, sem contar outros volumes que chegaram  ao destino desejado.

O tráfico organizado não mede esforços e nem recua diante da repressão policial, considerando-a impotente para deter seus planos. E nem se intimida com a ação policial no afã de alcançar suas metas financeiras. Atrai e convence motoristas para o ganho fácil com o transporte ilegal de drogas para os destinos estabelecidos. Entre muitas tentativas, obtém êxito ao ultrapassar barreiras da fiscalização policial que, por mais que se empenhe, não está aparelhada para deter o elevado volume de droga que se transporta país afora. A simulação do transporte de grãos e outros tipos de cargas para disfarçar o transporte criminoso, constitui um desafio permanente para a polícia.

A constatação do transporte criminoso de drogas muitas vezes ocorre por conta da inquietação de motoristas, os quais perturbados, não conseguem criar histórias convincentes de onde vêm e para onde irão. Esse vacilo acaba por levar policiais a uma averiguação mais detalhada, que geralmente desmascara o transportador da droga, resultando na apreensão de grandes quantidades. Parar e fiscalizar todo tipo de transporte pesado, também não é o caminho mais viável para o combate ao tráfico, que se intensifica diante da ação de organizações criminosas que não se sentem inibidas.

O que mais faz questionar essa situação é o porque  as autoridades governamentais do nosso país não conseguem celebrar acordos multilaterais e permanentes de fiscalização e repressão com os países limítrofes, que são conhecidos produtores de drogas apreendidas. É sabido que, além de permitirem a produção de cocaína, plantio de maconha e instalação de laboratórios de drogas sintéticas, esses países abrigam marginais que se refugiam em seus territórios  para coordenar a ação criminosa, que atenta contra nossa soberania e a tranquilidade de nossas famílias.

Essa rota da droga precisa e deve ser combatida pelo organismo policial em todas as esferas da administração pública. A cadeia de interesses marginais assusta as cidades pela elevada incidência de crimes menores, que atingem o patrimônio público e privado, com o roubo de bens e objetos que são comercializados no mercado negro, alimentando a compra e venda de drogas por viciados cooptados pelos dirigentes do tráfico varejista. Isso, sem contar que esse meio causa disputas, levando à execução e morte de envolvidos em uma nefasta teia criminosa, como registrado recentemente em um dos núcleos habitacionais da cidade.