A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, neste mês, a introdução de uma nova insulina semanal no Brasil, oferecendo uma alternativa para os diabéticos que até hoje precisam aplicar medicação diariamente. A insulina, que pode reduzir de 365 para 57 o número de injeções anuais, será disponibilizada no país ainda em 2025.
A endocrinologista, Helena Nicolielo, destacou os principais benefícios da nova medicação. “É uma comodidade muito grande, que melhora a aderência ao tratamento e, consequentemente, a segurança dos pacientes, pois os níveis de glicose ficam mais estáveis, principalmente para aqueles que enfrentam variações de glicemia”, explicou a especialista. A medicação foi desenvolvida para evitar o risco de hipoglicemia, uma das grandes preocupações iniciais, pois a insulina de longa duração poderia reduzir excessivamente a glicose no sangue. Contudo, os estudos de fase três confirmaram a eficácia e a segurança da medicação.
A nova insulina visa melhorar o controle da diabetes, uma condição que afeta mais de 3 milhões de brasileiros e é a principal causadora de doenças cardiovasculares. A endocrinologista ressaltou ainda que, “85% dos pacientes com diabetes tipo 2 têm excesso de peso, o que eleva consideravelmente o risco de complicações, como infarto, AVC e insuficiência renal”.
O medicamento ainda não está disponível nas farmácias brasileiras, mas alguns pacientes já começaram a utilizá-lo após importação dos Estados Unidos. Eduardo Piso, estudante de medicina que sofre com diabetes desde os 11 anos, compartilhou sua expectativa com a novidade. “Essa insulina semanal vai reduzir os casos de hipoglicemia, que são perigosos e podem ser fatais. Além disso, vai facilitar a rotina dos pacientes, especialmente os mais jovens, que frequentemente enfrentam descontrole glicêmico por causa da rigidez no horário das aplicações diárias”.
Embora ainda não esteja acessível ao público em geral, a insulina semanal promete representar um avanço significativo no tratamento da diabetes, oferecendo mais praticidade e maior segurança para os pacientes.