Há mais de dez anos, a Prefeitura de Três Lagoas, por meio dos setores de Entomologia e Endemias da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), desenvolve o Projeto de Larvitrampas, uma ação crucial para o monitoramento e combate ao Aedes aegypti. No entanto, a equipe responsável pela operação tem identificado que algumas armadilhas estão sendo utilizadas de forma inadequada pela população, como depósito de lixo, o que prejudica a eficácia da ação.
O descarte irregular de resíduos nas larvitrampas, além de configurar crime, compromete a coleta de dados que é enviada semanalmente ao setor de Endemias. Esses dados são essenciais para direcionar ações de controle da proliferação do mosquito transmissor da dengue, zika e Chikungunya.
O que são as Larvitrampas?
As larvitrampas, geralmente feitas com pneus usados, funcionam como armadilhas para capturar larvas do mosquito Aedes aegypti. Elas são instaladas em locais estratégicos da cidade, permitindo o monitoramento da infestação do mosquito.
Problemas com o Uso Indevido das Armadilhas
As equipes da Prefeitura realizam limpeza das larvitrampas toda segunda-feira, incluindo a coleta de larvas para análise e a troca de água nos recipientes. Contudo, algumas armadilhas têm sido usadas como lixeiras, o que interfere na coleta de dados e no controle do mosquito. Segundo o Setor de Entomologia, esse comportamento impede que o mosquito deposite seus ovos nas larvitrampas, dificultando a identificação das áreas de risco e comprometendo as ações preventivas.
Além disso, a SMS reforça que as armadilhas não representam focos de proliferação do mosquito, uma vez que são regularmente vistoriadas e higienizadas pelas equipes. As larvitrampas são identificadas com placas informativas, mas algumas delas foram furtadas, o que agrava o problema.
Importância do Projeto de Larvitrampas
Georgia Medeiros, coordenadora de Entomologia da SMS, explicou que as larvitrampas são ferramentas complementares no monitoramento da dengue. Elas ajudam a identificar a presença do mosquito e direcionar as ações de controle vetorial. “Se a armadilha detecta a presença do mosquito, a equipe de Endemias realiza a eliminação de focos e tratamento na região. Além disso, o Projeto também permite o monitoramento de outras espécies de mosquitos, como o Anofelino, vetor da malária”, afirmou a coordenadora.
Resultados das Larvitrampas
Em 2022, foram realizadas 288 vistorias, capturando 685 larvas em cinco localidades. Em 2023, 248 vistorias resultaram na captura de 560 larvas em sete locais. Em 2024, foram 472 capturas em 288 vistorias, abrangendo seis localidades. Até fevereiro de 2025, 134 larvas foram capturadas em 48 vistorias.
Denúncias e Colaboração
A SMS solicita à população que denuncie casos de vandalismo ou uso inadequado das larvitrampas. Para isso, é possível entrar em contato pelo WhatsApp (67) 9207-7462.
A colaboração da comunidade é essencial para garantir a eficácia do monitoramento e proteger a saúde pública de Três Lagoas.
*Com informações da Prefeitura de Três Lagoas