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Aumento no número de usuários de drogas é debatido na Câmara Municipal de Três Lagoas

O assunto foi levado à tona pelo vereador Davis Martinelli, que utilizou a tribuna para expor a gravidade da situação

Durante a sessão desta terça-feira (26) na Câmara Municipal de Três Lagoas, um tema preocupante ganhou destaque: o aumento do número de usuários de drogas na cidade. O assunto foi levado à tona pelo vereador Davis Martinelli, que utilizou a tribuna para expor a gravidade da situação e cobrar ações efetivas das autoridades públicas.

Eu levei esse tema novamente à tribuna porque a população tem nos cobrado, como representante da sociedade, que nós tomemos providências e um posicionamento”, disse.

Martinelli destacou que, em um evento, já havia convocado representantes do poder público, das secretarias de Assistência Social, Saúde e autoridades de segurança pública, como as polícias Civil e Militar, além do Ministério Público, para discutir soluções para o problema. No entanto, segundo ele, apenas os órgãos de segurança compareceram às reuniões. “O Poder Público não deu importância nenhuma, não enviou nenhum representante. Isso a população nos cobra”, lamentou.

O vereador relatou diversos casos que evidenciaram a privacidade da segurança e da qualidade de vida dos moradores de Três Lagoas. No bairro Paranapungá, uma moradora decidiu deixar a cidade após sua casa estar completamente abandonada enquanto estava fora. No Vila Haro, usuários de drogas invadem a unidade de saúde e chegam a atacar pacientes, enquanto comerciantes locais enfrentam dificuldades devido à presença constante de pessoas em situação de vulnerabilidade.

Além disso, na região da Lagoa Maior, próximo a Casa do Artesão, o cenário se tornou insustentável, segundo Martinelli. “Já é insustentável você levar sua família para passear ali devido ao número de usuários e trazendo risco às crianças, aos idosos, às pessoas que ali frequentam”, afirmou.

Para o vereador, o problema está sendo negligenciado pelo poder público. Ele criticou a falta de políticas adequadas para atender os usuários que desejam tratar ou ajudar aqueles que não são do município a retornarem às suas cidades de origem.

O município não contribui com a passagem para essas pessoas, e elas acabam ficando perambulando pelas ruas de Três Lagoas”, explicou. Martinelli, que também apontou falhas no atendimento oferecido nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPs), onde, segundo ele, os usuários passam o dia sem atividades eficazes e sem um tratamento adequado.

Durante sua fala, o vereador sugeriu parcerias entre o poder público e instituições religiosas, que já atuam no acolhimento e tratamento de dependentes químicos. No entanto, ele enfatizou que essas entidades não têm estrutura suficiente para lidar sozinhas com a demanda crescente. “A igreja sozinha não comporta a demanda. O Poder Público tem que fazer parceria com as entidades que querem ajudar a solucionar o problema, mas sozinha ela não consegue, pois vive de doações“, ressaltou.

Martinelli também apresentou a possibilidade de ações civis públicas para internações compulsórias em casos extremos, mas deixou claro que a legislação é restritiva quanto a essa medida.

A fala do vereador repercutiu entre os demais parlamentares, que fortaleceram a necessidade de ações concretas e imediatas para enfrentar uma crise. “A população nos cobra diariamente. Precisamos de uma resposta e de um compromisso real do Poder Público”, concluiu Martinelli.