As arraias de água doce estão infestadas no rio Paraná e está crescendo no rio Sucuriú, em Três Lagoas. Um peixe cartilaginoso, que desperta atenção e que muita gente tem medo por conta do ferrão, mas quando aplicado na culinária deixa muitas pessoas curiosas. Já outras com um "pé-atrás", por não ser um ingrediente comum na mesa do brasileiro.
É grande o número de pessoas que nunca provaram arraia, mas quem já provou garante que o peixe é comestível e quando bem preparado, pode se tornar um prato fantástico. O construtor, Hebert Ferreira, garante que a carne da arraia é saborosa. “Uma vez fui pescar na Cascalheira com meu pai e pegamos uma arraia. E lá mesmo, preparamos com sal e limão e comemos. Ela é muito gostosa”, contou.
Quem pesca nos rios Paraná e Sucuriú deve ter notado a super população de arraias. Estudiosos garantem que é um animal dócil e que só ataca quando se sente ameaçado. Em alguns estados esse peixe é "carro-chefe" de muitas cozinhas. A espécie é comum no baixo Paraná e com os anos o peixe subiu o rio e se adaptou muito bem às águas quentes da região e por não ter um predador, rapidamente se proliferaram.
O comandante da 6ª Companhia de Polícia Militar Ambiental de Três Lagoas explicou que a pesca deste peixe é liberada. “As regras de pesca da arraia são as mesmas do peixe não nativo, como por exemplo, o Tucunaré. Então, para efetuar a pesca da arraia precisa ter a licença de pesca e utilizar os apetrechos permitidos. No rio Paraná, é permitido pescar 10kg e mais um exemplar. E em Mato Grosso do Sul, a arraia não entra na conta de peixe nativo”, explicou.
O professor do Departamento de Biologia da Universidade do Estado de São Paulo (Unesp), Marcos Neto, tem um grupo de estudo voltado para a manifestação de arraias no alto rio Paraná explicou que elas estão se proliferando no interior paulista e defende que o peixe seja incluído na cadeia alimentar, como uma iguaria da região.
“É importante se aproximar das universidades para desenvolvimento de ações que pudessem conhecer melhor os hábitos das arraias, como elas estão se desenvolvendo melhor no nosso ambiente e, ao mesmo tempo, criar projetos de educação ambiental tanto do ponto de vista dos cuidados, mas também da divulgação, por exemplo, de uma culinária diferente, para que o homem possa, inclusive, entender esse recurso como um alimento importante da cadeia biológica onde ele estar inserido”, explicou o professor Marcos Neto
Confira na reportagem abaixo: