Nesta quinta-feira (12), a presidente da Rede Feminina de Combate ao Câncer, Lourdes Palhares, a assistente social Uli Cristina Garcia e a psicóloga Maria Socorro, participaram do programa RCN Notícias, da TVC HD, Canal 13.1, para falar sobre a Carreta do Hospital de Amor.
Entre os dias 16 e 20 de dezembro, a Carreta do Hospital de Amor de Barretos (SP) estará em Três Lagoas oferecendo exames gratuitos de mamografia e papanicolau. "Queremos alcançar aquelas que precisam realizar exames, pois acredito firmemente que a prevenção é o melhor remédio. É importante que comecem a se inscrever, já que o prazo de apenas 5 dias é muito curto. A carreta, que funciona como um mini hospital, oferece exames como o papanicolau e mamografias. Já a Rede de Combate, oferece apenas assistência. Conseguir quase 500 exames pelo Sistema Único de Saúde (SUS) pode levar de 90 dias a 6 meses, enquanto a doença pode progredir nesse tempo. Quando a carreta chega, o atendimento é rápido. Se alguém tiver um resultado suspeito, poderá ser encaminhado para Nova Andradina, onde o exame será repetido e, se necessário, encaminhado diretamente para Barretos", Lourdes explica.
A presidente orienta que as pessoas procurem a Carreta, pois se não atingir o número de atendimentos esperados, a chance de ela voltar à Três Lagoas é baixa. "A partir de hoje, as interessadas nos exames já podem procurar a Rede Feminina para se cadastrarem. É importante levar a documentação necessária para a pré-inscrição. Precisamos enviar essas informações para Barretos, que analisará as inscrições com base em históricos de saúde, como antecedentes ou câncer. Portanto, é urgente que façamos essas inscrições o mais tardar até o dia 6 de dezembro. Caso contrário, Barretos não conseguirá preparar a carreta a tempo, que funciona como um hospital móvel. Não adianta chegar no dia da visita da carreta e tentar ser atendido sem o registro prévio, pois há todo um procedimento a ser seguido para garantir o atendimento".
A assistente social explica que, além da documentação, há uma faixa etária específica para a realização de cada exame. "Para a mamografia, a mulher deve ter entre 40 e 69 anos. Já para o exame de papanicolau, a faixa etária é de 25 a 64 anos. Além disso, é necessário trazer a documentação pessoal: RG, CPF, cartão do SUS e um comprovante de endereço. Todos esses documentos devem ser apresentados em cópias. Após receber as cópias, faremos o cadastro e as orientações serão fornecidas posteriormente".
O objetivo do projeto é atender às pessoas mais carentes. “Sabemos que, para quem tem uma renda melhor, é mais fácil pagar por exames ou ter um convênio, o que reduz a necessidade desses serviços. Portanto, o projeto visa apoiar aqueles que precisam esperar, normalmente pessoas com menor renda e que dependem do SUS”, Uli esclarece.
Em Três Lagoas, o tempo médio para conseguir realizar um exame de mamografia ou Papanicolau pelo SUS pode variar de seis meses a um ano, de acordo com Uli. “Esse prazo depende do histórico da pessoa. Se a paciente já está inserida no acompanhamento da oncologia e apresenta um nódulo que precisa ser monitorado, os exames tendem a ser agendados mais rapidamente. No entanto, para quem não tem um histórico ou sintomas específicos, o tempo de espera pode ser mais longo, geralmente entre seis meses e um ano".
Maria Socorro afirma que a prevenção e a descoberta precoce da doença são extremamente importantes. “A prevenção ocorre quando você está saudável, mas mantém a disciplina de cuidar de si mesmo, realizando exames periodicamente e adotando um estilo de vida saudável. Isso inclui o controle do peso, gestão do estresse e evitar o consumo excessivo de álcool, entre outros fatores. Já a descoberta precoce da doença refere-se ao diagnóstico antecipado, que pode ocorrer mesmo quando você está fazendo os exames regularmente. Às vezes, podem surgir alterações nos exames que exigem um acompanhamento mais detalhado. Portanto, é importante entender que a prevenção está mais relacionada ao estilo de vida, enquanto a descoberta precoce é sobre identificar e tratar a doença antes que ela se desenvolva mais gravemente”.
O diagnóstico de câncer é impactante para qualquer pessoa, mas quando se trata de câncer de mama, a situação é ainda mais delicada, de acordo com Maria. “Esse tipo de câncer está associado a aspectos muito pessoais, como a amamentação e a sexualidade, e envolve uma dimensão simbólica especial para as mulheres. Na Rede, nosso atendimento é realizado por mulheres para mulheres, proporcionando empatia e assistência tanto do ponto de vista material quanto psicológico”.
Após um levantamento de avaliações do atendimento psicológico da Rede Feminina, Maria explica que muitas mulheres enfrentavam dificuldades para se deslocar até a unidade, especialmente em uma cidade quente e ensolarada como Três Lagoas, onde muitas não podem expor-se ao sol ou andar de bicicleta. “Nós substituímos o atendimento presencial pelo atendimento online. Assim, todas as mulheres que enfrentam dificuldades relacionadas ao diagnóstico e tratamento podem procurar a Rede. A equipe agendará o atendimento e eu realizarei as consultas online".
Veja a entrevista completa abaixo: